Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sallum, Marianne |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-27092018-112906/
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Resumo: |
Os estudos contemporâneos no campo da Arqueologia do Colonialismo têm se dedicado ao entendimento das complexas relações coloniais entre povos nativos e europeus, investigando tanto o papel agentivo quanto a história de longa duração dos povos indígenas. Assim, discussões relativas ao uso de conceitos como hibridação, mimetismo e ambivalência, dentre outros oriundos dos estudos pós-coloniais, têm permeado as pesquisas dedicadas às identidades e materialidades em contextos multiculturais. No entanto, devemos nos atentar para as implicações políticas de tais conceitos, e confrontar narrativas coloniais tradicionalmente centradas nas ideias de homogeneidade cultural ou, ainda, perda identitária de povos nativos. A presente tese, através da intersecção de três áreas - arqueologia, antropologia e história -, discute a aplicabilidade desses conceitos em contextos de interação entre povos tupiniquins pré-coloniais (e possíveis descendentes) e colonizadores portugueses no litoral sul de São Paulo, entre os séculos XVI e XIX. O objetivo é entender a variabilidade de práticas cerâmicas ao longo do tempo e a apropriação de tecnologias e práticas estrangeiras - marcadas pela ambivalência - focando-se no conceito da Arqueologia da Persistência. Para tanto, a tese levanta uma série de questões em torno da aplicabilidade do conceito de hibridação, enquanto ferramenta para entender situações de interação cultural. Deste modo, a comparação entre as práticas cerâmicas tupiniquim pré-coloniais e coloniais, e as práticas cerâmicas de tecnologia combinada - indígena, portuguesa e africana -, bem como as vasilhas identificadas nos séculos XIX e XX, permitiram traçar a persistência de um habitus cerâmico tupiniquim, particularmente no litoral sul de São Paulo, num período histórico de longuíssima duração. Tal dado é extremamente relevante, uma vez que nos permite refletir sobre a história desses povos, contudo, sem uma divisão estanque e dicotômica entre pré-história versus história ou, ainda, entre continuidade versus mudança. Ao contrário, nos permite estabelecer conexões entre passado e presente, principalmente através da associação entre práticas sociais, tanto no âmbito da micro-escala, como nos processos históricos de longa duração. |