Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, André Luís |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-23112007-143246/
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Resumo: |
Esta abordagem da obra de Cornélio Penna compreende uma leitura dos quatro romances por ele publicados - Fronteira, em 1935; Dois romances de Nico Horta, em 1939; Repouso, em 1948; e A menina morta, em 1954 - que intenta refletir sobre alguns de seus aspectos fundamentais, como o estranhamento e a incomunicabilidade, a loucura e a morte, a sexualidade e a transgressão, a projeção da intimidade nas coisas e a natureza hostil voltada contra o homem, as crenças e superstições, o fatalismo e a herança irrecusável do passado, o mobiliário antigo e as velhas casas habitadas por espectros e fantasmas, e especialmente a condição do negro e a escravidão. Busca-se estudar também as inter-relações entre esses e outros motivos que atravessam toda a sua produção romanesca - ambientada numa Itabira atemporal na região montanhosa de Minas Gerais, nas três primeiras obras, e em uma grande propriedade produtora de café com o uso de mão-de-obra escrava, no Vale do Paraíba, na última - e a linguagem do escritor e a forma dos romances, de modo que as tensões, as alternâncias, as inversões, os paradoxos e mesmo eventuais incongruências possam ser vistos de algum modo como homólogos às divisões do sujeito, agravadas na primeira metade do século XX, entre outras coisas, pela acelerada expansão do sistema capitalista ainda que (ou sobretudo) num país periférico, e pelos choques que nele se dão entre modernidade e atraso, entre civilização e barbárie. O olhar de um artista cindido, o pintor como o escritor, capta um homem e um mundo também fraturados, e a forma e temática de suas obras trazem inscritas tais fissuras. Ainda quando pareça furtar-se à dramatização do próprio tempo, a obra corneliana é representação, não no sentido da mímesis vista como imitatio, mas como diferença, como o que se põe em relação tensa com a realidade. Para melhor entender o contexto em que se dão essas fraturas, indaga-se a respeito da personalidade do escritor, monarquista e católico, e das dicotomias de então, notadamente aquelas que marcaram as décadas de 20 e 30, o que é feito, em grande medida, a partir do confronto entre o pensamento de Tristão de Athayde e o de Sérgio Buarque de Holanda. Por fim, esboça-se alguma reflexão sobre o significado da produção corneliana em seu tempo e em nossos dias. |