Caracterização isotópica de Pb na atmosfera: um exemplo da cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Aily, Cristiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-11092015-093709/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo a determinação das composições isotópicas e concentrações de Pb em amostras de material particulado com diâmetro inferior a 10 \'mü\'m (\'PM IND. 10\') e água de chuva da cidade de São Paulo, a fim de definir seu nível de contaminação e caracterizar isotopicamente a atmosfera e suas prováveis fontes poluentes. As amostras de material particulado foram coletadas em filtros de teflon, na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, Universidade de São Paulo, no período de agosto de 1999 a setembro de 2000. Os procedimentos químico-analíticos empregados foram desenvolvidos e/ou adaptados da literatura durante esta pesquisa. As composições isotópicas foram determinadas por Espectrometria de Massa Termoiônica, e as concentrações obtidas pela técnica de Diluição Isotópica. As razões isotópicas \'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' e \'ANTPOT. 208 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' no \'PM IND. 10\' variaram entre 0,786 e 0,875 e 1,934 e 2,119, definindo uma reta quando plotadas no diagrama \'ANTPOT. 208 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' vs. \'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'. As concentrações variaram entre 3,02 e 254,52 ng/\'m POT. 3\', sendo que o valor médio é cerca de 15 vezes menor do que o limite de 1,5 \'mü\'g/\'m POT. 3\' estabelecido pela CETESB. As amostras de água de chuva apresentaram composições isotópicas semelhantes às determinadas no \'PM IND. 10\' coletado no mesmo dia, indicando que os aerossóis são carreados pela chuva. As análises das possíveis fontes poluentes tais como, gasolina e etanol (\'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'= 0,839-0,873), fuligem de escapamento (\'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'= 0,858-0,890) e material particulado proveniente de emissões industriais coletado em filtros de fibra de vidro (\'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'= 0,781--0,861), apresentaram razões isotópicas dentro do mesmo intervalo definido por 84% das amostras de \'PM IND. 10\' (\'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'= ) 0,849-0,870) confirmando sua participação na poluição por Pb antropogênico da atmosfera da cidade de São Paulo. Entretanto, 15% das amostras de material particulado mostraram composições isotópicas mais radiogênicas, evidenciando a existência de uma importante fonte de Pb, com razões \'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' < 0,780, a qual não foi claramente identificada. Essas razões foram obtidas, principalmente, em amostras coletadas durante os finais de semana e nos meses de novembro/1999 a abril/2000. Uma amostra de particulado proveniente de emissão industrial apresentou razão \'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' de cerca de 0,790. No entanto, o branco do filtro também apresentou razão isotópica similar, impedindo a confirmação de que essa emissão industrial seria a fonte radiogênica. As razões obtidas em poeira de rua mostram-se bastante variáveis, com valores \'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\' entre 0,838 e 0,945, sugerindo que tenham sido transportadas de outros locais, através de massas de ar ou agregadas aos veículos. O Pb geogênico regional apresentou razões isotópicas não radiogênicas (\'ANTPOT. 207 Pb\'/\'ANTPOT. 206 Pb\'= 0,909-0,932) confirmando que sua participação é pouco significativa considerando o Pb total presente na atmosfera de São Paulo.