Uso de substâncias psicotrópicas e fatores associados: comparação entre duas coortes de nascimento em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Amorim, Roberta Aparecida Bonela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-20082020-110401/
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi estimar a prevalência e identificar os fatores associados ao uso de drogas psicotrópicas entre indivíduos com faixas etárias diferentes, nos anos de 2016 a 2017. Este é um subprojeto desenvolvido dentro do estudo \"Determinantes ao longo do ciclo vital da obesidade, precursores de doenças crônicas, capital humano e saúde mental. Uma contribuição das coortes de nascimento brasileiras para o SUS\". Foram incluídos os participantes da quinta fase de seguimento da Coorte de 1978/1979 de Ribeirão Preto (n=1672) e os participantes da terceira fase de seguimento da Coorte de 1994, de Ribeirão Preto (n=1022), com idade entre 37-39 anos e 22-24 anos, respectivamente. A coleta e digitação dos dados foi realizada por meio de um questionário geral e outro confidencial, auto-aplicado, utilizando-se o aplicativo Research Electronic Data Capture (RedCap).A descrição das variáveis de interesse do estudo e a comparação do uso de substâncias psicotrópicas nas duas amostras foi realizada a partir da determinação de medidas de tendência central (proporção) e de dispersão (intervalo de confiança de 95% da proporção) e foi realizada a análise bivariada (teste de qui-quadrado de Pearson), com nível de significância de 5%. A identificação das variáveis associadas ao desfecho (uso sim ou não de drogas psicotrópicas) foi determinada a partir do método de regressão logística. Foi utilizado o pacote estatístico Stata, versão 14.0. Verificou-se que as maiores prevalências de uso na vida foram de álcool (79,4% dos mais velhos e 84,2% dos mais jovens) e tabaco (35,4 % dos mais velhos e 36,2% dos mais jovens), nas duas faixas etárias analisadas. Indivíduos mais velhos consumiram mais cocaína ou crack, em comparação aos mais jovens, enquanto o maior consumo de bebidas alcoólicas, maconha, anfetaminas, inalantes e alucinógenos se deu entre os mais jovens. Não houve diferença significativa nas prevalências de uso na vida para as demais substâncias. Os fatores de risco para o uso não prescrito na vida de drogas psicotrópicas foram: não ter companheiro (a) e ser o próprio jovem o chefe da família (álcool), não ter companheiro (a) e ter problemas ligados ao álcool (tabaco), ter problemas ligados ao álcool (outras drogas), entre os mais velhos; ter ensino médio e não ter religião (álcool), ter problemas ligados ao álcool (tabaco) e não ter religião e ter problemas ligados ao álcool (outras drogas), entre os mais jovens. Os fatores de proteção foram: ser do sexo feminino (álcool e outras drogas), entre os mais velhos; não estar trabalhando e pertencer à classe socioeconômica C (álcool), ser do sexo feminino (tabaco) e ser do sexo feminino, ter ensino médio/técnico/profissionalizante/superior, ser de cor parda/moreno/mulato (outras drogas) entre os mais jovens. Os achados comprovam a hipótese de que há diferenças do uso na vida de substâncias psicotrópicas e nos fatores associados, conforme a faixa etária e o tipo de substância, sendo que para a maior parte delas as prevalências de uso na vida foram maiores entre os mais jovens, podendo fornecer subsídios para pesquisas futuras e elaboração de políticas públicas sobre o tema.