Avaliação da orientação espacial em um ambiente de realidade virtual em pacientes com comprometimento cognitivo leve

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Raquel Quimas Molina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-15092021-155025/
Resumo: Introdução: A orientação espacial é um domínio cognitivo frequentemente acometido na Doença de Alzheimer (DA), sendo muitas vezes um dos primeiros sintomas. Estudos em pacientes com Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) também identificaram a desorientação espacial nestes pacientes, em especial naqueles com maior risco de progressão para a DA. A falta de um padrão-ouro na avaliação da orientação espacial e a necessidade de avaliá-la de forma mais ecológica justificam o desenvolvimento de tarefas novas e mais realistas, como nos ambientes de realidade virtual. Objetivos: 1) desenvolver o sistema Spatial Orientation in Immersive Virtual Environment Test (SOIVET) e adaptar duas tarefas de orientação espacial para um ambiente de realidade virtual imersiva; 2) identificar aspectos de tolerabilidade, usabilidade, sensação de presença e imersão do sistema proposto; 3) analisar a correlação entre o desempenho nas tarefas virtuais e os testes neuropsicológicos tradicionais; 4) comparar o desempenho dos grupos controle e CCL nas tarefas virtuais, bem como verificar a acurácia destas para o diagnóstico de CCL. Métodos: Trinta e dois adultos participaram da etapa de verificação dos aspectos de tolerabilidade, usabilidade e sensação de presença e imersão do sistema proposto. Em seguida, 29 idosos cognitivamente saudáveis e 19 idosos com CCL, participaram da análise de correlação com testes neuropsicológicos tradicionais, acurácia para o diagnóstico de CCL e comparação de desempenho por grupo. As tarefas virtuais foram a SOIVET-Maze, desenvolvida com o objetivo de avaliar a transposição de informações espaciais alocêntricas para uma perspectiva egocêntrica, através de um 13 caminho a ser percorrido num labirinto sem marcos topográficos e a tarefa SOIVETRoute, com enfoque na orientação alocêntrica e memória espacial, através da reprodução imediata e tardia de uma rota com marcos topográficos bem estabelecidos. Resultados: Os aspectos de usabilidade e sensação de presença e imersão se mostraram favoráveis para ambas tarefas, com resultados de tolerabilidade da tarefa SOIVET-Route levemente superiores aos da SOIVET-Maze. A tarefa SOIVET-Maze apresentou correlação com os testes: Torre de Londres, Orientação das Linhas de Benton, Money Road Map Test e com as categorias visuoespacial e memória do Exame Cognitivo de Addenbrooke -Versão Revisada (ACE-R). Esta tarefa não sofreu influência da idade, escolaridade nem perfil de uso de tecnologia dos participantes. A tarefa SOIVET-Route imediata mostrou correlação com o Money Road Map Test, com as categorias memória e visuoespacial do ACE-R e sofreu influência apenas da escolaridade. Ambas tarefas foram capazes de diferenciar significativamente o grupo controle do grupo CCL e apresentaram áreas sob a curva de 0,725 e 0,701 respectivamente para o diagnóstico de CCL. Conclusão: O sistema SOIVET se mostrou viável para aplicação em adultos e idosos e as tarefas SOIVET-Maze e SOIVET-Route se correlacionaram com testes tradicionais e foram capazes de diferenciar grupos, com acurácia moderada para o diagnóstico de CCL. Esses resultados apoiam a inclusão de tarefas ecológicas de orientação espacial na avaliação cognitiva de idosos, com destaque para o uso da realidade virtual imersiva.