Plantas de cobertura no cultivo de soja: modulação microbiana do solo e degradação de pesticidas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sousa, Gabriella Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/tde-05112024-172011/
Resumo: O aumento da demanda por alimentos exige maiores cuidados com a produção agrícola e gera intensificação do uso de pesticidas. O uso intensivo causa danos ao microbioma do solo e compromete funções ecossistêmicas como a capacidade de degradação de xenobióticos. Para minimizar a perda da multifuncionalidade do solo, o manejo com plantas de cobertura parece promissor, pois promove a diversificação acima e abaixo do solo e traz benefícios para a comunidade microbiana. No entanto, a relação entre o manejo do solo com plantas de cobertura, a modulação dos atributos biológicos e a manutenção da função de degradação de xenobióticos ainda é um tópico pouco investigado. Por isso, objetiva-se com este trabalho avaliar a influência do manejo do solo na microbiota e capacidade de degradação dos pesticidas atrazina e glifosato, após 10 anos de cultivo com plantas de cobertura em consórcio com a soja em solos da região MATOPIBA. Os consórcios avaliados foram Soja (Glycine max) com Marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu), Ruziziensis (Urochloa ruziziensis), Mombaça (Megathyrsus maximum cv. Mombaça), Massai (Megathyrsus infestans cv. Massai) e Milheto (Pennisetum americanum), além da soja em pousio e pastagem nominal. Os efeitos na microbiota do solo foram avaliados por meio de análises de diversidade, grau de complexidade e identificação de biomarcadores nas comunidades bacterianas do solo. A degradação de xenobióticos foi aferida com 14C, por meio da sorção e mineralização dos herbicidas atrazina e glifosato nos solos. O consórcio de soja e plantas de cobertura a longo prazo aumentou a riqueza, diversidade e complexidade bacteriana do solo, especialmente com os capins Massai e Marandu. Por sua vez, o manejo com pastagem nominal foi prejudicial, reduzindo a riqueza, diversidade e complexidade. Massai e Marandu também promoveram maior mineralização do herbicida glifosato, no entanto, isso não foi observado para atrazina devido ao comportamento recalcitrante da molécula. Portanto, a função ecossistêmica de degradação de xenobióticos teve efeito secundário na dinâmica e comportamento das moléculas atrazina e glifosato, apesar das modificações na comunidade bacteriana observadas.