Avaliação da dificuldade de adaptação de CPAP em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono através da endoscopia do sono induzida por drogas (DISE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Yui, Mariane Sayuri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-20052019-142456/
Resumo: Introdução: Apesar de o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) ser considerado padrão ouro no tratamento da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), a taxa de adesão ao tratamento é baixa. A endoscopia do sono induzido por drogas (DISE) tem sido aplicada no topodiagnóstico do colapso da via aérea superior no paciente com SAOS, mas seu uso em pacientes com CPAP ainda é muito pouco explorado na literatura. O principal objetivo do presente estudo foi identificar, por meio da DISE, fatores anatômicos relacionados à má adaptação ao CPAP. Casuística e Métodos: Dezenove indivíduos com SAOS (13 mal-adaptados e seis bem-adaptados) foram submetidos à DISE durante a aplicação de um protocolo que envolveu o uso de CPAP com pressão em uso em casa, com máscara nasal e oronasal, ao estudo da pressão mais efetiva, de acordo com os achados da DISE, à realização de manobra de protrusão da mandíbula e associação das terapias (CPAP e manobra de protrusão da mandíbula). Os dados endoscópicos de cada etapa do exame foram classificados de acordo com a Classificação de VOTE (Velum Oropharynx Tongue base Epiglottis), e a soma dos graus obtidos por esta classificação resultou no \"escore VOTE total\". Foram comparados dados num mesmo momento de exame entre pacientes bem e mal-adaptados, e no mesmo grupo entre os diferentes momentos do exame. Resultados: Os dois grupos estudados apresentaram \"escore VOTE\" semelhante em cada um dos sítios analisados, assim como no escore \"VOTE total\". À manobra de protrusão de mandíbula, os indivíduos mal-adaptados apresentaram significativo pior \"escore VOTE\" em base da língua (mediana 4 para o grupo mal-adaptado e 2 para o grupo bem-adaptado; p<0,05); já durante o uso de CPAP na pressão em uso em casa, o \"escore VOTE\" foi pior em epiglote (mediana 1 no grupo mal-adaptado e zero no grupo bem-adaptado; p=0,02). O uso de máscara nasal foi capaz de promover melhora do \"escore \"VOTE total\" em relação ao exame sem efeito terapêutico (mediana 4,5 na condição basal e 2 com máscara nasal; p=0,003), efeito não observado quando o paciente foi submetido ao exame com a mesma pressão, mas com máscara oronasal. As pressões obtidas em polissonografia sugeridas pela DISE não revelaram diferença estatística em comparação às pressões sugeridas na polissonografia de titulação (p=0,19 no grupo mal-adaptado; p=0,17 no grupo bemadaptado), mas foram significativamente mais eficientes para melhora no escore \"VOTE total\" do que as pressões de CPAP em uso pelos pacientes (medianas de 2 e 3, respectivamente, p<0,05). A associação do CPAP à manobra de protrusão da mandíbula promoveu redução ainda mais importante do \"VOTE total\" em relação ao CPAP na pressão em uso em casa (mediana 3 versus 1, p<0,01). Conclusão: A persistência de colapso da epiglote durante o uso de CPAP pode ser uma das causas de má-adaptação. A DISE pode ser aplicada na avaliação do paciente com dificuldade de adaptação ao CPAP, assim como na avaliação do efeito de diversas modalidades terapêuticas clínicas, auxiliando na escolha da melhor delas.