Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Agildo Santos Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-27082019-111830/
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Resumo: |
Nesta tese, investiga-se a construção do projeto didático de duas antologias escolares do Império Brasileiro e da Primeira República, analisando as concepções de língua nacional que, aí materializadas, nortearam o ensino de português nesses contextos de construção da identidade nacional brasileira. Para constituição dos corpora estabeleceram-se quatro critérios: a) nível escolar: ensino secundário; b) épocas: Segundo Reinado e Primeira República; c) gêneros da emoldura: textos que contextualizam as obras; e d) subjetividade autoral: obras assinadas por autores. Assim, selecionamos Iris Classico (1873), do conselheiro português José Castilho, e Autores Contemporaneos (1917), do Acadêmico João Ribeiro. A fundamentação teórico-metodológica concentrou-se na abordagem dialógica da linguagem de Bakhtin e o Círculo, nos conceitos de gênero discursivo, dupla orientação do gênero na realidade, discurso do outro e emoldura. Assim, nesta tese, depreendeu-se as antologias escolares como gêneros discursivos, compostas por coletâneas de excertos que configuram modelos linguístico-ideológicos da língua nacional. Sendo a abordagem das orientações dialógicas do gênero correspondente à articulação dos seus elementos exteriores (interlocutores previstos e especificidades das condições de realização e percepção do gênero) e interiores (conteúdo temático), então compreendeu-se que esse seria um modo apropriado de apreensão dos projetos didáticos das obras. Orientada para determinados interlocutores (D. Pedro II; mestres e amiguinhos estudiosos; opositores intelectuais) em uma polêmica atmosfera axiológica em torno da representação da língua nacional, Iris Classico (1873) compõe-se de 181 excertos, a maioria do cânone português dos séculos XVII e XVIII, período vinculado às ascensões da nação e literatura portuguesas. Aqui, predominaram quatro temas: i) exaltação à língua portuguesa; ii) exploração de países, povos e costumes ultramarinos; iii) firmação de princípios cristãos e morais; iv) representação de homens históricos, sobressaindo quatro elementos ideológicos da história da nação portuguesa: i) língua literária nacional clássica; ii) passado histórico glorioso; iii) religião cristã; iv) homens históricos. Assim, a obra representa um projeto de firmação da língua nacional clássica, pelo prisma da identidade nacional portuguesa, ou seja, um projeto linguístico-ideológico europeu. Também orientada para destinatários específicos (professores e alunos do Ginásio Nacional, candidatos aos exames de preparatórios; opositores do autor) em um tenso contexto axiológico em torno da representação da língua nacional, Autores Contemporaneos (1917) constitui-se de 71 fragmentos de autores, maiormente brasileiros, do século XIX, época atrelada à construção da identidade nacional brasileira. Na coletânea, predominaram dois temas: i) prosa literária; ii) crítica histórica; homens históricos e fatos históricos, destacando-se dois elementos ideológicos da construção da nacionalidade brasileira: língua literária nacional contemporânea e história do Brasil. Portanto, a obra constitui-se em um projeto de firmação da língua nacional contemporânea, sob a ótica da identidade nacional brasileira, isto é, um projeto linguístico-ideológico nacional. |