Neoliberalismo e repressão no Chile: os degredados na ditadura militar (1973-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mota, Adir de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-08072020-173228/
Resumo: A presente dissertação analisa a ditadura militar chilena através do degredo, um meio de repressão considerado brando, e no contexto das ditaduras militares latino-americanas, tipicamente chileno. Tratava-se do transporte compulsório de indivíduos para locais remotos do país, os quais deveriam cumprir pena de permanência obrigatória no local (na qual deveria comprovar diariamente), dentro dos limites estipulados pelas autoridades. Através da quantificação de informações contidas em diversas fontes, podemos observar a existência de uma correlação, ao longo dos dezessete anos de regime autoritário no Chile, entre a incidência de degredo com as austeras medidas econômicas neoliberais aplicadas pelos Chicago Boys a partir de 1980, às quais resultaram nas mobilizações sociais, com destaque para as Jornadas Nacionais de Protesto (1983-1986), período em que as ruas das principais cidades do Chile, principalmente Santiago, foram tomadas por uma camada significativa de pessoas organizadas em partidos políticos e sindicatos clandestinos, entidades estudantis e comitês de defesa dos direitos humanos. As consequências do degredo, para o degredado, consistiram na quebra brusca de seu vínculo com suas atividades habituais, como estudos, trabalho e atividades políticas; na deterioração das condições físicas e psicológicas do indivíduo; e na desestruturação de seu núcleo familiar. Por outro lado, seu enorme impacto social incentivou um elo de solidariedade entre diversos setores de oposição ao regime, sendo que a mobilização em torno da manutenção do degredado em seu local de cumprimento de pena, e reivindicações de retorno aos seus locais de moradia, trabalho e estudo, contribuíram de para a luta contra a ditadura.