Mal-estar docente: estudo psicanalítico sobre os impasses docentes na era do chamado declínio da função paterna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mourão, Elaine Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-25052015-110000/
Resumo: Às voltas com os meandros do mal-estar docente, buscamos compreender as vicissitudes da pós-modernidade como produtoras de empecilhos, entraves para o processo de escolarização de alunos do Ensino Fundamental I a partir da seguinte hipótese de pesquisa: o mal-estar docente é fruto de uma exacerbação da função materna no campo educativo - que consiste na tentativa de rechaçar a negatividade inerente à condição humana através da exacerbação de um funcionamento perverso, de excluir o erro, o insucesso do aprendizado disseminado pela proliferação de discursos pedagógicos que reiteram que todos podem aprender, nas prerrogativas da eficácia e da tecnicização do ensino, etc. como tentativa de apagar sua impossibilidade o que impede os professores e os alunos de livrarem-se da excessividade do imaginário? Assim, realizamos entrevistas semidirigidas que se debruçaram sobre as dificuldades com as quais os docentes lidam em sua atuação profissional e o modo como as encaram. O número de sujeitos entrevistados foi definido a partir do conceito de saturação teórica o qual estabelece que as entrevistas cessem quando ficar constatado que as entrevistas não fornecem mais elementos para aprofundar a teorização. O material coletado alimentou nossas análises, nossa discussão teórica, ou seja, o material foi utilizado ao longo de toda nossa conceituação com o intuito de ampliarmos ou introduzirmos elementos acerca do mal-estar docente na pós-modernidade. Para isso, debruçamo-nos sobre a modernidade a fim de entender os alicerces da sociedade pós-moderna e suas implicações para o laço social, para a concepção de educação em voga, para o processo de escolarização, ou seja, voltamo-nos para a discussão de temáticas que estão relacionadas ao chamado declínio da função paterna na pós-modernidade. A partir disso, constatamos que o mal-estar docente é um fenômeno complexo o qual está atrelado aos imperativos da lógica capitalista no âmbito educacional que dissemina a exacerbação da função materna, busca apagar a impossibilidade inerente ao educar, nesse sentido, desvela-se como uma forma de fazer frente aos subterfúgios do funcionamento perverso que se dissemina em nossa sociedade e prima pelo gozo em detrimento da reorganização das pulsões ante as demandas civilizatórias e a tentativa de tornar o processo de humanização das gerações subsequentes uma empreitada eficaz o que impede o próprio professor e o aluno de livrar-se da excessividade do imaginário.