Gerenciamento de riscos socioambientais no complexo portuário de Santos na ótica ecossistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Poffo, Iris Regina Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-08042008-091817/
Resumo: O Porto de Santos, o maior do país, está em contínuo processo de expansão sobre áreas ecologicamente sensíveis como os manguezais, para implantação de novos terminais. A movimentação de substâncias químicas, nocivas e perigosas, é considerada uma atividade de risco, com potencial para gerar impactos socioambientais negativos. Na ótica ecossistêmica, o Porto de Santos é visto como parte de uma teia integrada (integração de sistemas) na qual interagem sistemas econômicos, legais, sociais e ambientais entre outros e não como uma complexa engrenagem mecânica, isolado dos ecossistemas sensíveis ao seu redor e das inúmeras pessoas que diariamente trabalham e circulam pela região. Este trabalho objetiva estudar as várias ligações existentes entre as causas e as conseqüências dos acidentes ambientais ocorridos entre 1980 e 2006, período este no qual atracaram 108.034 navios. Foram reunidos 424 registros junto ao banco de dados do órgão ambiental de São Paulo (CETESB), da autoridade portuária (CODESP) e da Associação Brasileira de Terminais Líquidos a Granel - ABTL. Os resultados obtidos demonstraram que o transporte marítimo foi responsável pela grande maioria das ocorrências, motivado basicamente por falhas operacionais, seguido de perto pelo grande número de registros sobre manchas oleosas de origem não identificada (\"manchas órfãs\"). As descargas envolvendo terminais químicos e dutos foram responsáveis pelas maiores conseqüências à saúde pública e aos ecossistemas. Quanto às conseqüências, os óleos combustíveis marítimos foram liberados com mais freqüência do que as demais substâncias químicas e, na maioria dos casos, o poluente se espalhou pelas áreas vizinhas à fonte do vazamento, causando impactos diretos e indiretos à saúde e a segurança das pessoas e aos ecossistemas da região. Ações preventivas e corretivas exigidas pelo órgão ambiental podem ter influência positiva na redução do número de ocorrências e na minimização dos impactos socioambientais. Também foi realizada pesquisa sobre percepção de riscos com principais atores envolvidos no tema abordado, visando avaliar se os resultados obtidos nesta análise correspondem à opinião dos profissionais que atuam na prevenção e no combate destes acidentes.