Consultoria psiquiátrica de ligação de enfermagem como possibilidade de apoio ao enfermeiro no atendimento de saúde mental na estratégia de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Almeida, Maria Aparecida Sousa Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-14112023-113313/
Resumo: A Consultoria Psiquiátrica de Ligação é uma abordagem holística e um modelo biopsicossocial para atender problemas psíquicos dos clientes, um recurso para apoiar equipes de saúde no tratamento mais efetivo e rápido. Atualmente, estudos promoveram a sua sistematização, resultando num modelo, a Consultoria Psiquiátrica de Ligação proativa, com a específicação das ações que competem a esse nível de atendimento e dos participantes, inclusive o enfermeiro, um membro com atuação relevante. Concomitantemente, surgiu a Consultoria Psiquiátrica de Ligação de Enfermagem, uma sub-especialidade de prática avançada de enfermagem psiquiátrica no apoio a enfermeiros no tratamento dos pacientes com demandas em saúde mental. Objetivou-se, identificar o cenário que serviços de Atenção Primária a Saúde, com Estratégia de Saúde da Família apresentam, em termos de demandas de saúde mental e como atuam frente às mesmas, a partir da percepção dos enfermeiros. Constitui um estudo de caso, qualitativo, desenvolvido em 16 serviços, realizado em 2 etapas. A amostra foi de convêniencia, participaram 16 enfermeiros, 41 agentes comunitários de saúde e oito médicos (incluídos como colaboradores nas informações). Na última etapa, houve desistência de dois enfermeiros. Para coleta de dados, utilizou-se um instrumento, para identificar o perfil sociodemografico dos profissionais (etapa 1 nos enfermeiros e na etapa 2 dos agentes comunitários de saúde e médicos) e a percepção do enfermeiro sobre o atendimento as demandas de saúde mental (etapa 1 e validação na etapa 2). Como resultados, dos participantes do estudo, prevaleceu profissionais do sexo feminino, com faixa etárias entre 31 a 50 anos, prevalecendo brancos e pardos, casados e união estável. Segundo autorelato dos profissionais os usuários com demanda de saúde mental eram em sua maioria do sexo femenino, faixa etária de 30 aos 39 anos, com diagnósticos de depressão e ansiedade, seguido de esquizofrenia e tababagismo. Na prescrição de medicamentos predominou, os ansiolíticos e antidepressivos. As principais ações realizadas pelos profissionais foram acolhimento, consultas de enfermagem, visita domiciliar, consulta médica com prioridade na renovação de receitas. Nas ações prevaleceram orientações sobre medicação. Também, os encaminhamentos e palestras realizadas em parcerias, cujos temas enfatizavam doenças mentais. A percepção dos enfermeiros, no atendimento de saúde mental, destacou as dificuldades relacionadas: ao usuário, na abordagem e comunicação, sentimentos que despertava cautela, receio, insegurança, insatisfação, sobrecarga, também destacaram a falta de adesão ao tratamento; na família falta de apoio ao usuário; à equipe, na falta de capacitação; ao serviço, na ausência de um sistema para registrar as ações realizadas de saúde mental. Pouco mencionaram sobre a interlocução entre os serviços de Estratégia de Saúde da Familia e especializados. Conclui-se que os enfermeiros pareceram se sensibilizar para as carências no atendimento aos usuários com demandas em saúde mental, evidenciadas no decorrer do desenvolvimento da pesquisa. Frente aos resultados, constatou-se que a presença do apoio de consultoria de saúde mental para a equipe de enfermagem, oferecido por um enfermeiro capacitado nos moldes do sugerido pela Consultoria Psiquiátrica de Ligação proativa, pode ser exequível, e sua ação possibilitaria cuidados de saúde mental mais apropriados e de qualidade aos usuários.