Percevejos castanhos (Hemiptera, Cydnidae, Scaptocoris): aspectos morfológicos, ecológicos e comportamentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Nardi, Cristiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-09032006-142815/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi elucidar aspectos morfológicos, ecológicos e comportamentais dos percevejos castanhos. Foram realizados estudos de levantamento populacional, dimorfismo sexual, polimorfismo alar e comunicação sonora com diferentes espécies de Scaptocoris. O levantamento populacional e a distribuição vertical no solo foi realizado com S. carvalhoi. As ninfas foram predominantes durante todo o período, não sendo influenciadas pela precipitação média mensal. O número de adultos foi dependente das chuvas, ocorrendo uma maior incidência destes com o incremento da precipitação. Ninfas e adultos mantiveram-se nas camadas mais superficiais do solo no período chuvoso e aprofundaram-se nos períodos de deficiência hídrica. Os adultos foram menos tolerantes ao estresse hídrico e aprofundaram-se logo no início da época seca, enquanto as ninfas o fizeram somente no final desse período. No estudo de dimorfismo sexual, as genitálias externas de machos e fêmeas de S. carvalhoi, S. buckupi e S. castanea foram extraídas e analisadas. As fêmeas se diferenciaram dos machos por apresentarem placas genitais. Nas fêmeas de S. carvalhoi o laterotergito 8 é dividido em duas partes, ao invés da placa única que forma a genitália de S. castanea e S. buckupi. Nos machos, a genitália é formada pelo 9º segmento abdominal da qual se projetam o 10º segmento abdominal e os parâmeros, sendo esta característica semelhante nas três espécies. No estudo de polimorfismo alar foram mensurados o comprimento do corpo, escutelo, asas anteriores e posteriores, comprimento da membrana, e distância entre a inserção da asa e o ápice do abdome em S. carvalhoi. Uma análise de agrupamento demonstrou a existência de dimorfismo alar, serparando-os em indivíduos de asas curtas (braquípteros) e longas (macrópteros). Nos braquípteros as asas não recobriram os últimos tergitos e nos macrópteros elas ultrapassaram o ápice do abdome. As razões entre o comprimento do corpo e das asas anteriores (RAC) e posteriores (RPC), foram superiores a 0,8 e 0,6, respectivamente, para os indivíduos macrópteros. Os braquípteros predominaram no solo durante todo o ano, apresentando menor mobilidade e asas não são funcionais. Os macrópteros ocorreram, principalmente, no início das chuvas e após um longo período seco, apresentando maior mobilidade e reação de vôo em 67% dos casos. A maior freqüência de macrópteros na camada mais superficial do solo (até 20 cm), coincidiu com a época de revoada nestes insetos e os adultos coletados após a revoada foram todos macrópteros, demonstrando a importância destes indivíduos na dispersão para novas áreas. O estudo da morfologia do aparato estridulatório localizado nos abdomes e asas posteriores de S. carvalhoi e S. castanea apresentou diferenças entre os sexos e espécies. O registro dos sons produzidos por estas estruturas e a sua dispersão através do substrato (solo e planta), confirmou que machos e fêmeas de cada espécie produzem sons distintos, e que a propagação deste som no solo ocorre somente a curtas distâncias.