Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Selle, Douglas Cosme |
Orientador(a): |
Streit Júnior, Danilo Pedro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263176
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Resumo: |
A violinha (Loricariichthys anus) vem se destacando comercialmente no sul do Brasil nas últimas três décadas, tornando-se um importante recurso pesqueiro. Visto sua elevada aceitação de mercado no Rio Grande do Sul, é o segundo peixe nativo mais consumido na semana santa em 2021, sendo vista como uma espécie com grande potencial para aquicultura. Com intuito de realizar a caracterização sexual da espécie e elucidar aspectos biológicos importantes para o desenvolvimento de protocolos de reprodução em cativeiro, o presente estudo realizou as seguintes análises com o objetivo de caracterizar o ciclo reprodutivo anual: Dimorfismo sexual; Índice Gonadossomático (IGS); Histologia gonadal de machos e fêmeas; Cinética espermática; Concentração espermática; e Morfologia espermática. Para analisar as variações desses fatores ao longo do ano, foram coletados no rio Guaíba, de novembro de 2021 a outubro de 2022, seis machos e seis fêmeas ao mês, totalizando 144 animais (51,02 ± 16,61 g e 22,3 ± 1,96 cm). Os animais foram anestesiados, eutanasiados, mensurados e pesados e suas gônadas foram obtidas por dissecação, pesadas em balança de precisão. Parte de cada uma das gônadas masculinas foram maceradas afim de se obter sêmen (para as analises cinéticas, de concentração e morfológica), e a outra parte, juntamente com as gônadas femininas, fixadas em glutaraldeído 2,5% para posterior análise histológica. A avaliação morfológica dos animais baseou-se em trabalhos de avalição para Família Loricariidae, obtendo-se um único ponto de dimorfismo, o lábio inferior dos machos (7,8 ± 2,71 mm), que apresentou alongamento de 2 a 3 vezes o seu tamanho normal (5,3 ± 0,70 mm), além de apresentar escurecimento nas laterais e porção final do lábio inferior, durante os meses de novembro a março. Quanto à análise do IGS, os dados foram observados, mês a mês para machos e fêmeas foram, apresentação a seguinte variação, respectivamente: 0,41 ± 0,10 e 4,73 ± 0,51 (novembro); 0,35 ± 0,11 e 5,53 ± 1,33 (dezembro); 0,41 ± 0,11 e 4,29 ± 1,91 (janeiro); 0,55 ± 0,09 e 3,29 ± 3,57 (fevereiro); 0,16 ± 0,09 e 0,68 ± 0,94 (março); 0,17 ± 0,07 e 0,90 ± 0,40 (abril); 0,06 ± 0,03 e 0,69 ± 0,59 (maio); 0,24 ± 0,05 e 0,94 ± 0,42 (junho); 0,18 ± 0,12 e 0,72 ± 0,28 (julho); 0,28 ± 0,21 e 0,73 ± 0,59 (agosto); 0,14 ± 0,03 e 1,53 ± 1,40 (setembro); 0,21 ± 0,13 e 2,79 ± 3,93 (outubro). As gônadas fixadas foram incluídas em paraplast e seccionadas em micrótomo manual para a montagens das lâminas, as quais foram coradas em hematoxilina e eosina e analisadas por microscopia óptica para identificação das fases de maturação gonadal ao longo dos meses. Para fêmeas as análises indicam que entre novembro e março apresentaram oócitos maduros, além de demonstrar que há mais de uma ocorrência de desova total durante o período reprodutivo. Já os machos não apresentaram período reprodutivo definido, com ocorrência de espermatozoides durante todo o ano, porém em baixos volumes e, a partir de dezembro, já se observa os testículos regredindo, com um grande volume de espermatogônias. Para a análise da cinética espermática (Motilidade - MOT; velocidade curvilínear - VCL; velocidade em linha reta - VSL; velocidade média de deslocamento - VAP e progressividade - PROG), realizada com o software CASA, as amostras de sêmen foram diluídas em 8 Solução de Hank's e posteriormente ativadas com água destilada. Houve diferença (p>0,05) para MOT entre os períodos analisados de novembro, janeiro e março (25,58 ± 0,05; 1,97 ± 0,02 e 2,11 ± 0,005 %); VCL (58,8 ± 4,47; 37,59 ± 5,29 e 41,28 ± 6,9 μm/s, respectivamente) e VAP (40,1 ± 4,99; 20,71 ± 3,04 e 22,87 ± 5,61 μm/s). Para concentração espermática, as amostras foram posicionadas em câmara de Neubauer onde realizou-se a contagem de subjetiva de 5 campos e, posteriormente, o valor encontrado foi convertido, apresentando a média de 9.741.600 ± 1.208.834 espermatozoides/ml de sêmen, mas apenas durante o período reprodutivo (novembro a março). Nos demais meses não se obteve volume suficiente de sêmen para realizar a análise. Para morfologia foram contabilizados 200 espermatozoides em cada análise, obtendo-se os seguintes valores: Espermatozoides normais 103 ± 21,79; Cabeça solta 69 ± 14,77; Cauda curta 7 ± 3,68; Cabeça degenerada 6 ± 4,16; Macrocefalia 4 ± 3,16; Microcefalia 2 ± 2,09. Com os dados obtidos de IGS e histologia gonadal, pode-se afirmar que o período reprodutivo de L. anus ocorre entre os meses de novembro e fevereiro no rio Guaíba, corroborando com a informação de que a espécie apresenta dimorfismo sexual apenas durante o período reprodutivo. Também é possível afirmar que a espécie apresenta uma baixa quantidade de espermatozoides viáveis durante o período reprodutivo, além de baixa concentração espermática, quando comparadas à outras espécies da ordem Siluriforme ou, até mesmo, da família Loricariidae, podendo este ponto ser um gargalo para reprodução da espécie em cativeiro. |