Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Carmo, Rodrigo Silva do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-30112020-004527/
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Resumo: |
A perda de habitat é um dos principais fatores afetando a mudança de comunidades biológicas e o funcionamento dos ecossistemas em paisagens fragmentadas. Entretanto, estes efeitos são geralmente avaliados isoladamente. Ademais, a qualidade da matriz desempenha um papel chave na persistência das espécies em paisagens fragmentadas, regulando a movimentação das espécies e, por consequência, a beta-diversidade. A princípio, quanto menor a movimentação (o que é esperando em paisagens mais desmatadas e com matrizes mais contrastantes), maior a beta-diversidade, em particular para espécies florestais. No caso das generalistas, que têm maior capacidade de movimentação pela paisagem, espera-se que os valores de beta-diversidade sejam menores em paisagens mais desmatadas. Neste trabalho, testamos como a beta-diversidade taxonômica (Tβ) e funcional (Fβ) de aves respondem à cobertura florestal e ao tipo de matriz na Mata Atlântica brasileira. Nós amostramos aves em pontos amostrais pareados (floresta-matriz; N = 92) imersos em matrizes de alto (pasto) ou baixo (café) contraste com o ambiente florestal. Selecionamos quatro características funcionais para calcular a Fβ, associadas com o uso de recursos (largura do bico, dieta) e propensão à extinção (massa corporal, e uma medida de extensão da asa relacionada à capacidade de dispersão, denominada \"hand-wing\"). Os padrões de beta-diversidade foram obtidos entre interfaces de floresta-matriz e entre manchas florestais, em duas escalas de análise (escala local e da paisagem). Nós encontramos que a cobertura florestal e o tipo de matriz são importantes variáveis explicativas da beta-diversidade e que a resposta muda entre as escalas e de acordo com a especificidade de habitat das aves. A Tβ para generalistas entre interfaces floresta-matriz diminuiu com a perda de cobertura florestal na escala local, com valores menores em paisagens menos contrastantes, enquanto que na escala da paisagem essa variável foi explicada apenas pelo tipo de matriz. A Tβ para aves dependentes de floresta aumentou com a perda de cobertura florestal na escala local, e também respondeu apenas à matriz na escala da paisagem, com uma beta-diversidade maior em matrizes mais contrastantes. Tβ entre manchas florestais convergiu entre as escalas, sendo influenciada apenas pelo tipo de matriz, com maior beta-diversidade em matrizes mais contrastantes, independente da especificidade de habitat das espécies. Relações de Fβ com características da paisagem ocorreram essencialmente para dependentes florestais. A Fβ da dieta (na escala local), largura do bico e massa corporal (na escala da paisagem) aumentaram em paisagens mais desmatadas independente do tipo de matriz. A Fβ para o hand-wing foi influenciada apenas pela matriz, sendo maior em matrizes mais contrastantes independente da especificidade de habitat. Paisagens com cobertura florestal intermediária imersa em matrizes de menor contraste foram as condições mais benéficas, tanto para a beta-diversidade taxonômica quanto para a funcional, o que sugere que estas condições sejam adequadas para a conservação de espécies e o funcionamento ecossistêmico em paisagens fragmentadas. |