A educação teológica nas veredas do labirinto literário: Mythodologia dos contos de Jorge Luis Borges

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Carvalho, Rogério Gonçalves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26072018-105824/
Resumo: Essa tese nasceu da pesquisa que iniciamos em uma dissertação de mestrado. Naquele momento tínhamos questionamentos sobre como a teologia podia dialogar com a arte, mais especificamente com a literatura. Como resposta encontramos dois pontos de convergência entre teologia e literatura: teologia com teoria literária e fé com estética literária. Porém, também descobrimos que tanto na linguagem como no gênero literário, teologia e literatura se encontram em relações desequilibradas. Partimos então para uma tese de doutoramento em Ciência da Religião, na PUC de São Paulo, pondo o método teológico em nova perspectiva e sob a suspeita de que o mito podia ser um ponto de convergência ou de partida mais equilibrado para o diálogo entre teologia e literatura. Assim, encontramos a mythodologia de Gilbert Durand como uma mitohermenêutica razoável para dar conta do mito como ponto de partida tanto da teologia como da literatura. Porém, na atual tese, nosso questionamento foi: quais as implicações desse método teológico-literário baseado em uma mitohermenêutica para uma educação teológica devedora das tradições culturais de identidade latino-americana mestiça e híbrida encontradas na literatura? Realizamos então a aplicação da mythodologia nos contos de um dos melhores representantes da literatura latino-americana e modelo de escritor sob a égide do conto fantástico, especificamente do realismo maravilhoso: Jorge Luis Borges. Escolhemos os contos das obras Ficções e O Aleph. Nesses contos descobrimos que o mito condutor é hermesiano, de imaginação sintética, o que se adequa bem à identidade híbrida e mestiça da arte e da literatura latino-americanas. Também observamos que os mitemas dos contos estão intimamente relacionados com as metáforas-mitos que Borges elegeu como imagens arquetípicas que perpassam todos os seus contos.