Resumo: |
Visando compreender a evolução das propriedades morfológicas do solo e os padrões de distribuição na paisagem dos seus atributos químicos, estudou-se as relações existentes entre as características dos solos e a topografia, numa área que apresenta latossolos gradando, vertente abaixo, para podzólicos, todos desenvolvidos de rochas gnaíssicas na região nordeste do Estado de São Paulo. Fez-se amostragem sistemática do solo em transeções situadas em vertentes com diferentes formas onde mediu-se a declividade, a distância do topo, os índices de curvatura lateral e 1ongitudinal da vertente, a posição do solo e os atributos morfo1ógicos, físicos, químicos e minera1ógicos dos so1os. Duas transeções foram mais detalhadas por serem mais representativas da paisagem local apresentando quatro segmentos de vertente distintos a saber: topo, ombro, meia encosta e sopé (transeções 1 e 2). Realizou-se também estudos micromorfológicos em locais selecionados, quantificando-se os cutãs de iluviação e outros parâmetros. Os atributos do solo ao longo das transeções como um todo, e separadamente dentro dos diferentes segmentos, foram correlacionados com parâmetros topográficos para observar como a posição na encosta os afeta e compreender as transições laterais dos horizontes A e B. Os parâmetros topográficos que mais se relacionaram com atributos do solo foram a distância do topo (DT) e a distância vertical do topo (DV), vindo logo em seguida a declividade e os índices de curvatura da vertente tanto lateral (CL) como longitudinal (CC), sendo os dois últimos os que menos contribuíram para explicar a variabilidade dos dados. Levando em conta todos os locais de amostragem, as variáveis Ki, CTC/l00g de argila, teor de silte e outras relacionadas com o grau de intemperismo dos solos estão bastante relacionadas com a inclinação das encostas sendo que, quanto maior for a declividade, menor será o grau de intemperismo dos solos. Outros atributos como os teores de fósforo lábil, cálcio trocável e carbono orgânico, mostraram padrões de distribuição que somente foram compreendidos após o estudo compartimentado da vertente, fazendo-se uso dos conhecimentos atuais dos processos que predominam em cada segmento. A interpretação da sequência lateral de horizontes na encosta, tanto do A como do B, foi facilitada ao se relacionar o solo com sua posição na vertente. A passagem do A moderado para A chernozêmico está correlacionada com a transição meia encosta/sopé. Nas transeções 1 e 2 a passagem B latossólico/B textural foi atribuída a ação conjunta entre o adensamento provocado pelo fluxo lateral subsuperficial, o aumento gradativo da lessivagem vertente abaixo e o maior tempo de formação do solo, principalmente da pedoturbação na superfície mais estável do latossolo situado no topo quase plano da encosta. A quantificação de parâmetros topográficos e seu relacionamento com atributos dos solos no exato local de amostragem foi útil à compreensão das relações solo x relevo, especialmente quando foi efetuada a compartimentação da vertente em seus segmentos naturais. Esta metodologia permitiu compreender melhor os processos pedogenéticos ajudando a determinar o efeito da posição na encosta no desenvolvimento de seus solos auxiliando à previsão do comportamento do solo segundo as variações da topografia local. |
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