Cartografias corporais em trânsito: violência, desejo e êxtase na escrita de Néstor Perlongher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Debora Duarte dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-02122019-164043/
Resumo: A presente tese tem por objetivo analisar pelo viés do corpo e da corporalidade a miscelânea de textos produzidos por Néstor Osvaldo Perlongher (Avellaneda, 1949 São Paulo, 1992) entre os anos de 1980 e 1992, tais como: pesquisas, ensaios, artigos, entrevistas, contos, crônicas e poemas, com especial atenção à edição preparada por Christian Ferrer e Osvaldo Baigorria, Prosa plebeya: Ensayos; e Poemas completos, que conta com seleção e prólogo de Roberto Echavarren. Com efeito, é de nosso interesse verificar como o corpo aparece inscrito no corpus selecionado, propondo com isto que a escrita perlongheriana perfura as fronteiras que intentam delimitar suas qualidades semânticas por meio de enquadramentos e formas hegemônicas da crítica. Dito isto, revela-se não só a consubstancialidade desta escrita como também as diferentes estratégias de experimentação e performance que opera. As análises têm como ponto de partida o corpo como metáfora sensorial por excelência, como importante eixo discursivo e reservatório do social, sobretudo porque é explorado como via de transgressão atravessada pelo desejo e a partir da qual se instaura uma linguagem sui generis. Para tanto, revisitamos não só importantes discussões e variáveis apresentadas pela crítica especializada, como também nos dedicamos aos conceitos desenvolvidos por críticos como Michel Foucault (1984, 1988), Judith Butler (2003), Gilles Deleuze e Félix Guattari (1980, 1992, 2000, 2011, 2012), Jean-Luc Nancy (2014), entre outros. Por fim, após este percurso e com a perspectiva teórica e o corpus mencionados, apresentamos algumas considerações no que se refere à hipótese inicial de nossa tese, a de que, para além da leitura hegemônica de que sempre se valeu a crítica literária, a escrita perlongheriana passa a ser compreendida de forma contundente como testemunha e protagonista exemplar de seu tempo (ECHAVARREN, 2001, p. 109).