O impacto da verticalização no microclima urbano e no conforto térmico na escala do pedestre: o papel da geometria e da envoltória dos edifícios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gusson, Carolina dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-29032021-104403/
Resumo: Com o aumento da população mundial vivendo em cidades, estas desempenham um importante papel tanto na mitigação como na adaptação às mudanças do clima na microescala. Em paralelo, o adensamento é entendido como uma peça-chave para a sustentabilidade urbana, por diversas razões, sendo a verticalização uma de suas possibilidades. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é quantificar o impacto da verticalização no microclima e no conforto térmico na escala do pedestre, em função da geometria e do comportamento térmico dos componentes construtivos e dos acabamentos superficiais, partindo-se da hipótese de que esses elementos têm potencial para a mitigação do aquecimento urbano na microescala e para a melhoria das condições de conforto térmico do pedestre. O método é dedutivo, por meio de medições de campo em uma das áreas mais densamente construídas do município de São Paulo, e indutivo por meio da modelagem, calibração e simulação de cenários paramétricos no modelo ENVI-met 4.4.3. Os resultados mostraram que o geometria edificada interfere no microclima na escala do pedestre, principalmente no período diurno; a orientação das vias, o miolo da quadra, as diferenças de altura e a taxa de ocupação têm impactos que, se somados, podem aumentar ou diminuir a temperatura radiante média (TRM) em até 14°C e a temperatura equivalente percebida (TEP) em até 7,7°C. Com relação à envoltória dos edifícios, elas interferem não somente no período diurno como também no noturno, pela sua capacidade de armazenar mais ou menos calor. Acabamentos superficiais contribuem para o aumento da TRM durante o dia, no meio externo, ao refletir mais calor, quando claros, e ao aumentar a temperatura da superfície, quando escuros. Durante a noite, eles interferem menos na perda de calor. As diferenças na TRM e na TEP resultam do efeito combinado entre componentes construtivos e acabamentos superficiais, podendo chegar a 8,1°C na TRM e 4,3°C na TEP, durante o dia, e no período noturno, a no mínimo 3,9°C na TRM e 2°C na TEP. O efeito combinado da geometria, dos componentes construtivos e dos acabamentos superficiais pode provocar diferenças no período diurno de até 22,1°C na TRM e de 11,9°C na TEP, e noturno de, no mínimo 4,1°C na TRM e 2,7°C na TEP. Em síntese, a taxa de ocupação e a altura dos edifícios determinam parâmetros de sombreamento e ventilação que podem melhorar consideravelmente a sensação térmica no nível do pedestre. Os componentes construtivos são os elementos que interferem mais no aquecimento noturno do ambiente externo, mas interferem menos no período diurno. O acabamento superficial interfere no período diurno dentro e fora da edificação, mas tem menor interferência no período noturno. Acabamentos reflexivos provocam mais desconforto para o pedestre em espaços abertos, mas podem melhorar as condições térmicas dentro dos edifícios; já o acabamento escuro melhora as condições de conforto no ambiente externo, mas pode contribuir para o aquecimento interno nos edifícios.