Impacto da geometria urbana e da legislação de uso e ocupação do solo no microclima de cânions urbanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gäal, Lígia Parreira Muniz
Orientador(a): Pezzuto, Claudia Cotrim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15128
Resumo: A formação das cidades tem configurado os chamados cânions urbanos, definidos pela interface composta pela via e as edificações que se estendem em suas laterais. O uso e ocupação do solo são agentes modificadores do clima e, no entanto, este último tem sido pouco levado em consideração no planejamento urbano dos municípios. Entretanto, aspectos como a relação altura e largura do cânion, o fator de visão do céu, o albedo dos materiais de superfície e a presença de vegetação no cânion têm sido amplamente estudados em associação com o comportamento climático local. Neste contexto, entender a influência desses parâmetros no microclima de cânions urbanos é de fundamental importância para se atingir a sustentabilidade entre ocupação urbana e conforto térmico. Em vista disso, o objetivo deste trabalho é analisar a interferência da legislação de uso e ocupação do solo e da geometria urbana no microclima de um cânion urbano da cidade de Campinas/ SP. Para isso foi utilizada uma metodologia que envolve o monitoramento climático do recorte de estudo selecionado no bairro Cambuí, a caracterização urbana e climática de três pontos com diferentes configurações de uso e ocupação do solo e a escolha do cânion de interesse para simulação de cenários que envolvem dois aspectos principais: a legislação urbanística local e a geometria do cânion (relação altura largura – H/W e relação comprimento altura – L/H). As simulações foram realizadas com o modelo de simulação microclimática ENVI-met 4.0 preview. Nos cenários respeitando a legislação o desconforto para o calor foi observado em apenas 25% do dia no período de inverno; já no período de verão a sensação de conforto foi obtida em apenas 25% do dia, sendo observado desconforto para o calor no restante do dia. Nos cenários variando a geometria urbana verificou-se que, para cenários de mesma relação H/W, o valor do PET (Physiological Equivalent Temperature) não sofreu alteração significativa. Já quando se fixou a relação L/H e variou-se a relação H/W, ficou claro que cânions mais profundos levaram a picos de PET mais baixos. O cenário A, por exemplo, de menor relação H/W (0,5) e menor relação L/H (3), apresentou pico de PET 7,3°C mais alto que o cenário I, de maior relação H/W (2,0) e maior relação L/H (7). Os resultados mostraram que existe forte correlação entre a relação H/W e o conforto térmico dos cânions urbanos: quanto mais profundo, menores os valores de pico do índice PET. Além disso, verificou-se que cânions orientados na direção predominante dos ventos alcançaram valores de PET mais baixos. Por fim, foi evidenciado que o sombreamento da superfície e a intensidade da velocidade do vento são fundamentais na determinação do conforto térmico em cânions urbanos.