Paulista aberta: Avenida Paulista no contexto dos movimentos de abertura de ruas, o espaço viário e suas apropriações.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Paim, Camila Motoike
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-14092022-092316/
Resumo: Este trabalho propõe o estudo do programa Paulista Aberta que, desde 2015, possibilitou a abertura da Avenida Paulista, localizada no centro expandido de São Paulo, para o uso livre das pessoas a pé ou em meios de transporte ativos. Por iniciativa da sociedade civil, a proposta foi implantada em caráter experimental e, posteriormente, oficializada como política pública. Desde então, a Paulista Aberta se estabeleceu como parte da vida e do imaginário dos paulistanos. O funcionamento da Paulista Aberta prescinde de alterações na morfologia do espaço viário para além do bloqueio temporário aos automóveis. Sendo assim, as transformações espaciais ensejadas pela Paulista Aberta são o resultado das formas de apropriação praticadas por seus usuários. Nesse sentido, esta experiência aponta para a importância dos espaços viários como lugares de convívio e práticas socioespaciais e, dentro desse debate, enquadra-se num contexto mais amplo de movimentos e políticas que propuseram outras formas de intervir neles. Esta pesquisa analisa o programa Paulista Aberta buscando compreendê-lo a partir de dois aspectos: (1) o estudo do seu processo de implantação, dentro da conjuntura social e política no período em que o programa foi proposto para a cidade de São Paulo, mas também à luz de experiências anteriores que contribuíram para a sua efetivação e (2) a análise da medida em uso a partir da vivência em campo, com intuito de apreender seu significado por meio das apropriações possíveis durante as suas 8 horas de funcionamento. Com base nestas duas perspectivas, argumenta-se que a experiência da Paulista Aberta contribui para a reflexão sobre as formas de concepção de políticas públicas, tendo em vista o envolvimento dos diversos agentes, o processo experimentação e, sobretudo, o objeto de intervenção proposto, elemento do sistema viário da cidade. Finalmente, a análise deste programa, no período de quase cinco anos de sua vigência, demonstra a importância de olhar para as apropriações dos espaços públicos, que não são resultado imediato das intervenções propostas, mas sim as manifestações espontâneas daqueles que os frequentam, indicativos de possibilidades que vão além do planejado.