Marcadores precoces de doença cardiovascular em mulheres com síndrome dos ovários policísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Soares, Gustavo Mafaldo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-26092013-164044/
Resumo: Introdução:A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum em mulheres no menacme, com prevalência variando de 5 a 10%. A SOP está associada à elevação do risco cardiovascular e eventos metabólicos adversos, incluindo obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e inflamação crônica de baixo grau. Apesar dos fatores de risco cardiovascular serem mais prevalentes em mulheres com SOP, não existe evidência científica de maior incidência de doença cardiovascular (DCV) nestas mulheres. Vários estudos reportaram alterações em marcadores de risco para DCV na SOP, porém ainda não foram determinados quais os marcadores ideais para a detecção precoce da DCV. Objetivo:Avaliar a presença de marcadores precoces de DCV em mulheres jovens e não-obesas com SOP. Casuística e Métodos:Foram incluídas 39 pacientes com SOP e 50 mulheressaudáveis, com ciclos menstruais regulares e pareadas por idade e índice de massa corporal (IMC). Através da ultra-sonografia foram avaliados os seguintes marcadores de DCV: índice de rigidez da artéria carótida comum, distensibilidade da artéria carótida comum, espessura da camada íntima-média da artéria carótida comum (IMT) e dilatação mediada pelo fluxo da artéria braquial (DMF). Foram avaliadas ainda variáveis antropométricas, hormonais e marcadores de inflamação em todas as participantes. Resultados: A idade e o IMC nas mulheres com SOP não apresentaram diferença quando comparados às mulheres do grupo controle (24,5 ± 3,80 vs 24,5 ± 5,1, 0,6, respectivamente).O índice de rigidez da carótida comum foi mais elevado no grupo SOP comparado ao grupo controle (3.6 ± 0.96 vs 3.1 ± 0.96, p= 0.04, respectivamente) e a distensibilidade da artéria carótida comum foi menor nas pacientes com SOP em comparação àquelas do grupo controle (0.3 ± 0.08 vs 0.4 ± 0.09, p=0.02, respectivamente). As pacientes com SOP apresentaram maior circunferência da cintura, testosterona total e free androgen index(FAI) em relação ao grupo controle (78.2 +10.0 vs 71.6 +7.2, p= 0,0004; 85.0 +32.4 vs 52.0 +21.3, p<0.0001 e 8.9 +28.7 vs 4.4 +2.3, p<0.0001, respectivamente), enquanto a sex hormone binding globulin(SHBG) mostrou-se reduzida na SOP quando comparadaao grupo controle (37.8 +19.1 vs 47.8 +18.3, p=0.01). As demais variáveis não diferiram entre os dois grupos. Conclusão: Nosso estudo demonstra que mulheres jovens com SOP apresentam alterações na elasticidade vascular mesmo na ausência de clássicos fatores de risco para DCV, como: resistência à insulina, hipertensão ou obesidade.