Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na autoeficácia materna para amamentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Luciana Camargo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-17032021-124501/
Resumo: A prática do aleitamento é a ação isolada mais eficaz que promove impacto na saúde integral da mãe e da criança, além de nutrir, reforça vinculo, promove afeto e proteção, impactando nos indicadores de saúde de toda sociedade. A literatura ressalta o envolvimento dos fatores psicossociais no processo de aleitamento como a autoeficácia e os transtornos mentais como fortes determinantes desta prática. Assim, os objetivos deste estudo foram: verificar a influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na autoeficácia para amamentação entre puérperas; identificar a prevalência dos indicativos do transtorno depressivo, de ansiedade-traço e ansiedade-estado entre puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto; identificar o nível de autoeficácia para amamentação nos mesmos intervalos de tempo; e verificar a associação entre os indicativos de transtorno depressivo, e da ansiedade traço e estado destas puérperas com a autoeficácia para amamentação nos intervalos estudados. Tratou-se de um estudo analítico, longitudinal e prospectivo, com usuárias do Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto/SP. Participaram 186 puérperas. A coleta de dados foi realizada entre julho de 2018 a novembro de 2019, utilizando-se quatro instrumentos: um questionário de caracterização, a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e a Breastfeeding Self-Eficcacy Scale - Short Form (BSES-SF). Os dados foram processados e analisados utilizando-se do Statistical Package for Social Sciences, SPSS, versão 17.0. Foram considerados significativos os valores de p menores que 0,05. A maioria das participantes estava em aleitamento materno exclusivo com 60 e 120 dias de puerpério. Nos três momentos estudados, a maioria apresentou alto nível de autoeficácia, não apresentou indicativos de transtorno depressivo, e apresentou baixos níveis de ansiedade. Os níveis de autoeficácia mais elevados associaram-se significativamente às variáveis: não estar em aleitamento materno exclusivo no momento da coleta (p=0,0000), idade (p=0,0050), ocupação (p=0,0314), estado marital (p=0,0117) e apresentar intercorrências no pós-parto (p=0,0124). A autoeficácia elevada apresentou associação com AME aos 60 dias e 120 dias, com a ausência de transtorno depressivo e com baixos níveis de ansiedade aos 60 dias. Conclui-se que é necessária uma maior atenção à saúde mental das puérperas, considerando que mulheres que não apresentavam indicativos de depressão e ansiedade tiveram maiores níveis de autoeficácia para amamentação, situação que pode implicar em maior tempo de aleitamento materno exclusivo. Esforços devem ser realizados para diminuir as chances de desmame precoce e melhorar a saúde mental das mulheres no período pós-parto, contribuindo assim com a melhores indicadores de condições de vida da mulher e seu bebê no processo de aleitamento materno, auxiliando na consolidação dos benefícios desta prática.