O planejado e o vivido: histórias de vida de moradores do Sertão Goiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Araújo, Kalliandra de Moraes Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-20052015-145715/
Resumo: Esta dissertação é resultado de uma pesquisa com atingidos pela Usina Hidrelétrica Serra do Facão no sudeste de Goiás. Foram coletadas histórias de vida de moradores da zona rural de Goiás em dois momentos distintos. O primeiro em 2009, antes da instalação da barragem do rio São Marcos. O segundo momento das entrevistas foi pós o deslocamento compulsório, em 2012 e 2013, com a usina em funcionamento. Este intervalo entre as entrevista nos permitiu analisar o que foi planejado e o que foi efetivamente vivido por estes moradores do sertão goiano. Este empreendimento desapropriou 420 famílias, moradoras da zona rural em seis municípios: Catalão, Ipameri, Cristalina, Davinópolis, Campo Alegre de Goiás, em Goiás e Paracatu, no triângulo mineiro, Minas Gerais. Tomamos como recorte analítico as famílias remanescentes ou as famílias retornadas a terra, sendo assim, selecionamos seis histórias de vida que nos evidenciaram o que foi este processo de expulsão de suas terras de origem e as formas de reconstruir suas vidas agora não mais margeadas pelo rio. Os colaboradores foram mulheres e homens de distintas idades, todos moradores das beiras do rio São Marcos, localizados na zona rural do município de Campo Alegre de Goiás, que teve a maior área atingida e a maior quantidade de famílias desapropriadas. Por meio da História Oral, registarmos histórias de vida nas quais foram expostos os mecanismos de sobrevivência destes afogados. Transcriadas, as histórias de vida revelaram a complexidade deste cenário e demonstram a face perversa de expulsão do camponês de suas terras. Estes sujeitos tem outros conhecimentos para além do português letrado, que os permitiram reconfigurar a vida já tão dura pela lida na terra e pelos desmandos do estado. Revelou também que é preciso superar práticas autoritárias e de subordinação política na relação entre mediadores da barragem e camponeses, como uma das condições para uma nova retomada em suas vidas.