Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Renata Parente de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5162/tde-18012013-112657/
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Resumo: |
Introdução: A desnutrição energético-protéica é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, ocorrendo mais frequentemente em pré-escolares e determinando o comprometimento do crescimento. A desnutrição pode provocar alterações no sistema nervoso central, dependendo da intensidade, da época de incidência e da duração da doença, comprometendo irreversivelmente as funções intelectuais. Levando-se em consideração a importância da integridade do Sistema Auditivo Periférico e Central na aquisição e desenvolvimento de fala, linguagem e aprendizado, torna-se imprescindível que anormalidades auditivas tanto periféricas como centrais sejam identificadas e tratadas precocemente nesta população. Objetivo: Caracterizar os achados das avaliações comportamentais, eletroacústicas e eletrofisiológicas da audição em crianças com desnutrição, bem como compará-los aos obtidos em crianças saudáveis da mesma faixa etária. Métodos: Foram realizados exames de audiometria tonal, logoaudiometria, teste dicótico de dígitos, imitanciometria, potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) e potencial evocado auditivo de longa latência (PEALL) em 31 crianças desnutridas (grupo estudo) e 34 crianças saudáveis (grupo controle), com idade entre 7 e 12 anos, de ambos os gêneros. Resultados: Na análise dos dados quantitativos da audiometria tonal foi observada uma diferença estatisticamente significante entre os grupos para os limiares auditivos nas frequências de 250 e 8000 Hz, tendo o grupo estudo apresentado limiares auditivos mais elevados. Na análise qualitativa, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, apesar de duas crianças do grupo estudo apresentarem perda auditiva discreta. Na análise dos dados qualitativos, não foram encontradas alterações na logoaudiometria para os dois grupos. No teste dicótico de dígitos, houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, sendo observada uma maior proporção de crianças com alteração no grupo estudo. Ambos os grupos apresentaram resultados alterados na imitanciometria, não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos. Ambos os grupos apresentaram resultados normais do PEATE. Na análise dos dados quantitativos dos PEALL, verificou-se diferença estatisticamente significante entre os grupos para as latências dos componentes P1, N1 e P300, sendo que o grupo estudo apresentou latências maiores para todos os componentes. Na avaliação da amplitude do P300, houve diferença estatisticamente significante entre as orelhas direita e esquerda do grupo controle, sendo a amplitude do P300 maior na orelha direita. Por sua vez, no grupo estudo, não houve diferença significativa entre as orelhas direita e esquerda. Tanto o grupo controle quanto o grupo estudo apresentaram alterações nos resultados do PEALL, havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos para os componentes P1, N1 e P300, sendo que o grupo estudo apresentou maior ocorrência de alterações. O tipo de alteração predominante nos componentes P1 e P300 foi o aumento de latência e, para o componente N1, foi a ausência de resposta no grupo estudo; para o grupo controle, o tipo de alteração predominante nos componentes P1, N1 e P300 foi o aumento de latência. Devido ao predomínio de crianças desnutridas de grau leve (58,1%), não foi possível estabelecer uma correlação entre o grau da desnutrição e a alteração dos PEALL. Conclusão: Crianças com desnutrição apresentaram mais alterações na avaliação comportamental da audição (audiometria tonal e teste dicótico de dígitos) e nos PEALL do que as crianças saudáveis, sugerindo déficit na via auditiva central e alteração no processamento da informação acústica. Há a necessidade de mais estudos para melhor caracterizar as alterações fonoaudiológicas e audiológicas desta população. |