Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Carolinne Mendes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06112020-171450/
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Resumo: |
Esta pesquisa apresenta uma análise sobre as personagens femininas nos filmes do Cinema Novo, realizados entre 1959 e 1969, tendo em vista interpretar o modo como as narrativas fílmicas definem o lugar dessas personagens e configuram certas relações sociais na estrutura dramática. O engajamento político e estético dos cineastas do movimento e a conjuntura geral de ampliação do debate feminista na década de 1960 balizam determinadas escolhas e representações sobre os papeis da mulher na sociedade brasileira, assim como, configuram diferentes perspectivas sobre a participação das mulheres na transformação social ou na manutenção do status quo. Afim de estabelecer uma visão de conjunto sobre o tema, interpretamos, pela análise fílmica, as obras cinematográficas mais afinadas com o cinemanovismo: A Grande Feira(Roberto Pires, 1961), Barravento (Glauber Rocha, 1961), Porto das Caixas (Paulo Cesar Saraceni, 1962), Os Cafajestes (Ruy Guerra, 1962), Ganga Zumba (Carlos Diegues, 1964), Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964), A Falecida (Leon Hirzsman, 1965), O Desafio (Paulo Cesar Saraceni, 1965), O Padre e a Moça (Joaquim Pedro de Andrade, 1966), Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967), Capitu (Paulo Cesar Saraceni, 1968), O Bravo Guerreiro (Gustavo Dahl, 1969) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Glauber Rocha, 1969). A tese demonstra que as personagens femininas do Cinema Novo compõem um diagnóstico geral de insatisfação com o modelo tradicional de feminilidade, que as circunscrevem no âmbito doméstico, como esposa, dona-de-casa e mãe. Enquanto as demandas das mulheres de classe média e alta foram representadas como futilidades de um grupo privilegiado, as necessidades das mulheres pobres foram inseridas na luta maior contra a desigualdade social. Marcadas, ambiguamente, por aspectos de modernidade e conservadorismo, essas personagens femininas, de diferentes classes, não podem se reconhecer como parte de um mesmo grupo que sofria a opressão sexual. |