Glauber Rocha e a formação do cinema novo

• Ano de defesa: 2004
• Autor(a) principal: Yuta, Edmar Tetsuo
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Cineasta; Cinéaste; Cinéma; Cinema; Cinema novo; Nouveau cinéma
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-08102024-140644/

Este trabalho investiga a formação do Cinema Novo. não apenas na sua relação com o campo cinematográfico. mas sobretudo em suas imbricações com os processos que. entre a segunda metade da década de 50 e o ano de 1964, transformaram profundamente a base material, a vida cultural e a cena política brasileiras. Tomando como eixo da pesquisa a trajetória de Glauber Rocha neste período, a perspectiva aqui adotada pressupõe que as realizações intelectuais podem ser melhor compreendidas quando relacionadas às ações dos agentes em diferentes níveis. Assim. a pesquisa incorporou três dimensões - a dos filmes. a dos escritos e a da prática - que. juntas. tentam dar conta da experiência social de Glauber e de outros jovens aspirantes a cineastas. permitindo ver, à parte o talento que sempre tiveram. as condições objetivas que possibilitaram a constituição do Cinema Novo. Além dos dilemas. debates e obstáculos no interior do campo cinematográfico, o presente estudo analisa três filmes que trazem representações do sertão brasileiro: Vidas Secas, Os Fuzis e Deus e o Diabo na Terra do Sol. Tal escolha se deve também ao fato de que eles são reconhecidos pelos próprios integrantes do Cinema Novo como as obras-primas do movimento. ao menos em sua primeira fase. Ainda mais importante é o fato de que tais obras possibilitam uma discussão em tomo da ideologia de certa fração dos intelectuais que, embora fossem - em sua maioria - oriundos da classe média, tentaram uma aproximação com o \" povo\" no período pré-64