Risco para transtorno de estresse pós-traumático gerado pela Covid-19 e sua relação com o autocuidado da mulher referente ao acompanhamento pré-natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Maria Carolina Gonçalves dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-04112024-081405/
Resumo: A covid-19, embora não seja mais considerada emergência de saúde pública, ainda causa preocupação. Mesmo sabendo que o pré-natal é fundamental para uma gravidez saudável, com a covid-19 as mulheres podem reduzir a frequência nas consultas. Além disso, o distanciamento social, necessário para o controle da contaminação, pode gerar sentimento de insegurança e medo, prejudicando a saúde mental das mulheres. Assim, os objetivos desse estudo foram: identificar o nível de estresse pós-traumático entre as participantes; identificar a presença no acompanhamento pré-natal; e verificar a existência de associação entre o estresse pós-traumático e o acompanhamento pré-natal. Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico, desenvolvido em ambiente virtual. A população foi composta por mulheres no último trimestre da gestação e a amostra foi de conveniência. A coleta de dados ocorreu de forma online, de setembro de 2021 a janeiro de 2022, utilizando-se um questionário sociodemográfico e obstétrico, a Escala do Impacto do Evento - Revisada (IES-R) e Índice de Kotelchuck. Esses instrumentos foram transpostos para o Google Forms e o recrutamento das participantes foi feito pelas mídias sociais. Para análise dos dados, foi utilizado o programa R, considerando-se um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa e as participantes deram a concordância eletrônica ao clicar no botão de aceite online que continha o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da pesquisa. Participaram do estudo 336 mulheres, sendo que a maior porcentagem apresentou alto risco para TEPT (48,8%) e índice de Kotelchuck muito adequado (46,4%). O TEPT apresentou associação estatisticamente significativa com a gestação planejada (p=0,0297), número de consultas prénatal (p=0,0107) e medo de COVID-19 (p=0,0000). O Índice de Kotelchuck apresentou associação significativa com as variáveis ajuda nos cuidados do bebê (p=0,0010) e intercorrências na gestação (p=0,0257). Além disso, este índice foi associado ao risco para TEPT (p=0,0292), sendo que as mulheres que têm alto risco para desenvolver TEPT possuem uma chance 43% (1- 0,5724) menor de possuir índice de Kotelchuk mais adequado. Conclui-se que, considerando o contexto epidemiológico da covid-19, a análise da saúde mental das gestantes é imprescindível para favorecer o acompanhamento mínimo de pré-natal preconizado pelo Ministério da Saúde.