Paternidade no puerpério em tempos de Covid 19: experiência de homens que fizeram o pré-natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Evangelista, Railene Pires lattes
Orientador(a): Coelho, Edméia de Almeida Cardoso lattes
Banca de defesa: Coelho, Edméia de Almeida Cardoso lattes, Rodrigues, Larissa Silva de Abreu lattes, Sousa, Anderson Reis de lattes, Fonseca, Jamile Guerra lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38499
Resumo: O tema paternidade e cuidado vem se tornando cada vez mais forte na sociedade e uma das iniciativas no Brasil foi à criação do pré-natal do parceiro, em que o homem é acolhido e cuidado ao tempo em que é inserido na gestação e na corresponsabilidade com o cuidado desde o puerpério. A pandemia do novo coronavírus alterou a dinâmica da atenção à mulher na gestação e puerpério e o pré-natal do parceiro. Também realçou segregação socioeconômica, de modo que os homens são afetados de acordo com sua estratificação social. A pesquisa teve como objetivo analisar a experiência da paternidade no período puerperal no contexto da pandemia pela COVID-19 entre homens de estrato social diferente e que fizeram o pré-natal do parceiro. Trata-se de pesquisa qualitativa de abordagem descritiva e exploratória. Foi desenvolvida com homens que realizaram o pré-natal do parceiro, usuários de uma Unidade de Saúde da Família e com homens que receberam assistência privada. A produção dos dados ocorreu em abril e maio de 2021. Os participantes do estudo foram 11 homens que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 18 anos; ter realizado pré-natal do parceiro e estar vivenciando o período do puerpério de 1 mês até 6 meses pós-parto. O material empírico foi produzido na modalidade on-line por meio de entrevista semi-estruturada e analisado por meio da técnica de análise de discurso. Os resultados mostram que a consulta pré-natal é ponto de partida para construção do sentimento de paternidade. A responsabilidade e a preocupação em dar conta das novas demandas do/a bebê aparecem de forma marcante, mas entre os entrevistados do SUS a provisão familiar é visível como preocupação e um encargo. A pandemia alterou a dinâmica familiar com privilegiamento dos participantes usuários da rede privada, que conseguiram manter o trabalho formal em horário regular e em home office e ter maior envolvimento na rotina de cuidados ao/à bebê. Os usuários do SUS se mantiveram no modelo do homem provedor, com longas horas fora de casa, no trabalho ou em busca dele o que limitou sua disponibilidade para a paternagem mais participativa. Questões de gênero foram ressignificadas na experiência dos homens, mas há uma forte influência da pandemia pelo SARS COV-2, sendo as características do trabalho decisivas quanto à maior ou menor participação do pai em ações de cuidado do/a bebê, que se desdobram em apoio à parceira. Por fim, os resultados do presente estudo evidenciaram a complexidade da experiência da paternidade, que aparece associada a aspectos subjetivos e ao contexto social no qual esse homem está inserido. Merecem ser ampliados estudos que acompanhem a paternidade em diferentes fases da vida dos/as filho/as.