Vírus do mosaico das nervuras da videira no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Kuniyuki, Hugo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UVA
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20210104-181501/
Resumo: O presente trabalho teve por objetivo ampliar os conhecimentos sobre a virose denominada mosaico das nervuras que ocorre nos vinhedos do Estado de São Paulo, com ênfase em aspectos referentes à sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle. Os experimentos foram conduzidos nos laboratórios de patologia, microscopia electrônica e cultura de tecidos e nas casas de vegetação e canteiros da Seção de Virologia do Instituto Agronômico de Campinas. O material propagativo utilizado nos experimentos foi de diferentes variedades de copa e de porta-enxerto de videira, cultivadas ou mantidas nas principais regiões vitícolas do Estado. Evidências obtidas através da sintomatologia em indicadoras comprovaram que o vírus do mosaico das nervuras que ocorre em São Paulo é idêntico ao vírus da "grapevine fleck disease" que ocorre em outros países. O vírus foi também registrado em material procedente de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No Estado de São Paulo, testes de indexação feitos em 44 variedades de copa demonstraram que 12, entre as quais a Itália e Itália Rubi, achavam-se 100% infectadas; as outras 32 apresentaram porcentagens de infecção entre 17 e 87%. Dos 19 porta-enxertos, 7 apresentaram-se livres do vírus e 12 com incidências entre 12 e 75%. O vírus do mosaico das nervuras foi facilmente transmitido e recuperado por união de tecidos, mas não passou pela semente, por inoculação mecânica e por cuscuta. As evidências sobre a existência de vetor foram negativas. Concluiu-se que a ocorrência do vírus resulta de sua perpetuação através da propagação vegetativa de plantas infectadas de copa e de porta-enxerto de videira. Não foi observada partícula viral ao microscópio electrônico que pudesse ser associada a doença. Foram registrados 3 isolados diferentes pertencentes ao complexo do vírus do mosaico das nervuras; nas interações entre 2 deles (isolados comuns e os de Kioho e Olimpia) foram observados os fenômenos da proteção e da supressão. A grande maioria das variedades de copa não mostrou sintomas de infecção; dos porta-enxertos, apenas 3 (Golia, Kober 5BB e Rupestris du Lot) foram capazes de os exibir de maneira nítida, os quais consistiram de palidez das nervuras menores das folhas jovens e médias da brotação de primavera. Tornou-se indispensável o emprego de videiras indicadoras para a diagnose da moléstia, sendo determinado que o porta-enxerto Rupestris du Lot é o mais indicado para essa finalidade. O Kober 5BB deve ser incluído nos testes de identificação dos isolados do vírus. O mosaico das nervuras pode ser facilmente controlado através do emprego de material propagativo sadio. Clones livres de vírus de variedades de copa e de porta-enxerto de importância para a viticultura de São Paulo e de outras áreas do país foram conseguidos através de testes de indexação e de termoterapia. Coleção de plantas matrizes sadias dessas videiras foi organizada no Instituto Agronômico de Campinas, para fornecimento de material propagativo aos interessados.