Relacionamento com famílias na prática clínica de enfermagem no contexto neonatal e pediátrico: impacto de uma intervenção educativa e proposição de uma escala de autoeficácia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cruz, Andréia Cascaes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-14102015-112747/
Resumo: Introdução: A transferência do conhecimento relativo à Enfermagem dos Sistemas Familiares para a prática clínica de enfermagem é um desafio. No processo de integrar a teoria à prática, as motivações e atitudes dos enfermeiros são fortemente influenciadas por suas percepções de autoeficácia. Objetivos: Avaliar o impacto de um treinamento sobre Enfermagem dos Sistemas Familiares nas atitudes e percepções de enfermeiros no contexto neonatal e/ou pediátrico hospitalar e construir e validar uma escala de autoeficácia para o estabelecimento de bons relacionamentos com famílias no contexto neonatal e/ou pediátrico hospitalar. Método: Dois estudos foram desenvolvidos a fim de se alcançar os objetivos da pesquisa, e para tanto foi utilizado um método de pesquisa misto sequencial explanatório e exploratório. O primeiro estudo foi realizado em um Hospital Universitário de São Paulo com 37 enfermeiros que atuavam no contexto neonatal/pediátrico. Refere-se a um desenho quasi-experimental que envolveu uma etapa de intervenção educativa e a coleta de dados pré e pós-intervenção por meio da aplicação de instrumentos e realização de entrevistas. O segundo estudo do tipo metodológico e psicométrico foi conduzido em quatro etapas para construção e validação da escala de autoeficácia. A primeira etapa consistiu na revisão de literatura e em entrevistas com nove enfermeiros para a definição constitutiva e operacional do construto. A segunda etapa consistiu na validação de conteúdo da primeira versão do instrumento por juízes e na análise semântica pela população-alvo. Na terceira etapa a versão piloto da escala foi aplicada à amostra de 194 enfermeiros que atuavam no contexto neonatal/pediátrico hospitalar A quarta etapa consistiu na análise das consistências interna e fatorial. Em ambos os estudos os dados quantitativos foram analisados por meio do programa SPSS 22 e as entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo à luz do Interacionismo Simbólico. Resultados: A realização da entrevista no campo clínico com famílias foi a única variável que indicou diferença estatisticamente significativa nas atitudes dos enfermeiros pré e pós-intervenção educativa. As principais mudanças na percepção dos enfermeiros se deram nos âmbitos da reconstrução do seu papel enquanto enfermeiros, da importância de cuidar das famílias e do tipo de relacionamento que deve ser estabelecido com a família na prática clínica. A Escala de Autoeficácia para o Estabelecimento de Bons Relacionamentos com Famílias no Contexto Neonatal/Pediátrico integra 39 itens e três dimensões denominadas autoeficácia para abrir-se para a família; autoeficácia para manter uma comunicação eficaz com a família e autoeficácia para conviver em equilíbrio consigo e com a família. A análise da confiabilidade, realizada por meio do coeficiente de consistência interna alfa de Cronbach, revelou valores elevados tanto para a escala total (0,983), como para suas dimensões. Conclusões: Um treinamento sobre a Enfermagem dos Sistemas Familiares que integre teoria e prática provoca um impacto positivo nas atitudes e percepções de enfermeiros no que diz respeito ao atendimento às famílias na prática clínica de enfermagem. A mobilização de conceitos no self desencadeia atitudes mais favoráveis à inclusão e ao atendimento de famílias, bem como o aumento na percepção de autoeficácia dos enfermeiros. A escala construída é consistente e válida, constituindo um recurso para mensurar a autoeficácia de enfermeiros para estabelecerem bons relacionamentos com as famílias no contexto neonatal e /ou pediátrico hospitalar.