Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carmo, Daniele Victoratti do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-04052022-181103/
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Resumo: |
O presente trabalho se dedicou, tanto por meio de uma revisão histórica quanto por um conjunto de experimentos, ao estudo da comunicação em formigas, com especial ênfase ao comportamento de antenação. No Cap. 1, foi realizada uma análise histórica da observação da comunicação em formigas, a partir de um levantamento de pinturas, documentos e manuscritos pertencentes a diferentes culturas e períodos. Pôde-se observar o quão presente estão as formigas na cultura humana e mesmo como as ideias disseminadas na cultura popular caminham lado a lado com a produção científica e mesmo especular sobre sua presença no desenvolvimento da etologia. Os capítulos seguintes trazem abordagens experimentais sobre o tema, a partir de variações de um arranjo experimental básico: uma caixa em que foi disposta uma colônia e que estava ligada a folhas por meio de uma trilha. Nesta, foram estabelecidos pontos de registro, por meio de filmagens e ao longo de 180 minutos, em que foi contada a frequência das viagens de ida e volta de formigas com e sem folha, além do número de antenações realizadas por formiga. Adicionalmente, foi calculada a permanência de formigas em cada trecho da trilha. Todos os experimentos foram realizados em dois dias subsequentes: Dia 1, de formação da trilha, e Dia 2, com a trilha já formada. No Cap. 2, em que houve apenas a análise de formação e uso da trilha, observou-se diferenças de fluxo entre os trechos, ou seja, as operárias não necessariamente circulam por toda a trilha, sendo que o número de formigas que chega até a fonte alimentar é menor que o encontrado nos demais trechos de trilha e que a permanência dos indivíduos na trilha é diferente ao longo do tempo e nos trechos. As evidências encontradas levaram à hipótese de que há formigas engajadas seletivamente na exploração da trilha e no forrageio. No Cap. 3 foi analisado o comportamento de antenação em um arranjo semelhante ao do capítulo anterior. Verificou-se que a proporção de antenação por formiga é diferente entre os trechos de trilha e entre os dias de experimento, corroborando com a hipótese de que há tarefas distintas sendo realizadas por formigas distintas e permitindo que se especule que a antenação está relacionada com ajustes necessários para tal. No Cap. 4 foi analisada uma condição em que houve a inserção de uma intervenção aversiva, com a retirada das folhas que as formigas estavam carregando para o ninho. No Dia 1, em que a trilha estava sendo formada, foi possível observar um maior impacto da intervenção, havendo um aumento de fluxo e frequência de antenações, possivelmente na tentativa de recrutar mais indivíduos para responder à intervenção. Já no Dia 2, o impacto da intervenção foi menor e o fluxo e permanência foram semelhantes aos encontrados no Dia 2 da condição em que não havia intervenção. A frequência do comportamento de antenação também foi mais baixa, o que reforça a ideia de que o comportamento de antenação está associado à regulação de fluxo. No Cap. 5 foi observado o que ocorre com a permanência, fluxo na trilha e comportamento de antenação, mas agora com o uso de duas trilhas paralelas e concorrentes, sendo uma que levava a folhas soltas, que podiam ser cortadas e transportadas, a outra trilha que levava a folhas envoltas por uma tela. Foi possível observar que somente a presença da folha foi suficiente para que a trilha fosse inicialmente estabelecida, independente do acesso às folhas. A permanência de forrageadoras foi maior na trilha em que não era possível cortar, indicando que possivelmente elas permaneceram para tentar cortar e transportar. Foi possível observar que um aumento na proporção de antenações está relacionado tanto ao descobrimento das fontes quanto, principalmente, à possível obtenção das folhas, parecendo estar envolvido tanto no recrutamento de formigas no ninho quanto nos processos de abandono de uma trilha em que se pode observar mas não cortar folhas. Tomando estas evidências como um todo, este trabalho mostra que o comportamento de antenação acontece de forma dinâmica durante a formação e uso da trilha, parecendo ter papel importante na flexibilidade comportamental necessária em condições naturais de formação e uso de trilhas. |