Pretos, pardos, crioulos e cabras nas escolas mineiras do século XIX.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Fonseca, Marcus Vinicius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-08112007-143618/
Resumo: O período que compreende os anos de 1820 a 1850, marca o início da construção e da estruturação de uma política de instrução pública com objetivo de educar o povo da província de Minas Gerais. Esta pesquisa procura analisar o nível de relação entre este processo e o segmento mais expressivo dentro da estrutura demográfica de Minas Gerais, ou seja, a população negra livre que era classificada através de diferentes terminologias (pretos, pardos, crioulos, cabras), que demarcavam proximidades e distâncias com o mundo da escravidão. Para realizar a análise utilizamos como referência uma documentação censitária que, em 1831, tentou contabilizar a população de todos os distritos mineiros e registrou as crianças que estavam nas escolas. A partir do registro censitário construímos um perfil racial das escolas mineiras, que foi confrontado com informações fornecidas por outros documentos e revelaram uma presença majoritária dos negros nos espaços voltados para os processos de educação formal. Estes dados foram analisados a partir dos estudos mais recentes sobre a população mineira, em particular aqueles que procuram superar as construções teóricas que reduziram os negros à escravidão. A interpretação que produzimos em relação à presença dos negros nas escolas mineira revela que esta instituição era um dos elementos acionados por este grupo com objetivo de afirmação no espaço social. Isto determinou a realização de uma análise crítica em relação à historiografia educacional, que tradicionalmente interpretou a escola como uma instituição com a qual os negros estabeleceram contatos esporádicos ou casuais.