Gestação na adolescência: vulnerabilidades e rede de proteção em São Carlos (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Feliciano, Rosiane de Araujo Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-14012011-105644/
Resumo: A gestação na adolescência (GA) ganha visibilidade e status de problema de saúde com o aumento de sua incidência em todo mundo, desde o início da década de 1970, período que ocorre uma queda na fecundidade nas demais faixas etárias. Estudos relacionam a GA à gravidez indesejada, maiores riscos materno-infantis e sociais. Em São Carlos, no decênio de 1998 a 2008 a taxa de GA diminuiu ao longo dos anos, porém o filho da adolescente ainda apresenta maior risco de morte no primeiro ano de vida. Tendo como pressupostos a pluralidade da adolescência e a determinação social do processo saúde-doença, o objetivo do estudo foi analisar as condições sociais e os indicadores de saúde da população feminina de São Carlos na perspectiva da vulnerabilidade, com ênfase na territorialização das disparidades intra-urbanas da gestação na adolescência e no potencial de enfrentamento das ações, programas e projetos desenvolvidos pelo Estado. A vulnerabilidade aqui é entendida como indicador de iniquidade e desigualdade social. O referencial teórico adotado Fo o de vulnerabilidade proposto pro Ayres et al. (2003), que distingue três dimensões interdependentes: a individual, a social e a programática. Trata-se de estudo de caso, descritivo e exploratório utilizando técnicas de sistemas de informação geográfica. A análise espacial foi contextualizada pela análise de documentos, protocolos das estratégias de enfrentamento pelo Estado. O perfil da gestante adolescente foi ter oito a onze anos de estudo, não estudar, não trabalhar ou se insere precariamente no mercado de trabalho e realizava menor número de consultas no pré-natal. Metade das mães adolescentes eram multipara. O mapa da gestação na adolescência acompanha o das vulnerabilidades sociais relacionadas à educação, ao trabalho, à multiparidade e ao acesso ao pré-natal. A abordagem ampliada da gestação na adolescência acena para os impactos dos determinantes sociais da saúde e as demandas crescentes por construção intersetorial das políticas, projetos e programas. As vulnerabilidades programáticas foram: baixo acesso ao ensino médio, à cursos profissionalizantes e ao esporte e lazer. Na atenção à saúde, a exclusão dos homens no planejamento familiar e pré-natal reforça a feminilização da maternidade e anticoncepção. O atendimento à gestante adolescente na agenda da mulher adulta reforça a crença de que a gestação é um rito de passagem para a vida adulta. O município têm várias políticas de proteção o que demonstra que a rede de proteção à adolescência e juventude está em construção. Os projetos municipais de gestão intersetoriais localizados no território, como os Centros da Juventude, o Recriad e o OP Educa apresentam-se como os de maior potencial para redução das iniquidades sociais. O georreferenciamento dos indicadores de saúde revelou-se importante ferramenta de planejamento, monitoramento e avaliação da atuação da rede de proteção à adolescência e juventude.