Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Miguel, Regina Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48136/tde-17032022-111757/
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Resumo: |
O desempenho escolar insatisfatório, compreendido como a não aprendizagem, é um dos responsáveis pela evasão escolar, pela retenção do aluno na mesma série ou, ainda, pela aprovação do estudante sem os conhecimentos necessários. É uma realidade que afeta professores, diretores, gestores, comunidade educativa e a própria sociedade. Pesquisas, estudos, políticas públicas educacionais, formação do professor e condições de trabalho são alguns dos elementos envolvidos na busca por explicações e soluções para a não aprendizagem. Foucault e Bourdieu são exemplos de autores que buscaram compreender os mecanismos que contribuem para que a escola e a própria sociedade produzam condições que materializam a não aprovação. Apontar o papel do professor como principal responsável pelo insucesso da aprendizagem escolar seria, então, uma simplificação; desconsiderar, contudo, a ação docente consciente como elemento cabal que responde pela aprendizagem seria também insensatez. A pesquisa bibliográfica aponta para vários fatores que configuram o cenário do desempenho escolar insatisfatório. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar a partilha de responsabilidade de todos os envolvidos no processo de escolarização dos alunos brasileiros, destacando, especialmente, os papéis da docência e do aluno como fatores preponderantes no processo de aprendizagem. Os registros pessoais da pesquisadora e autora deste estudo, elaborados durante as reuniões de formação continuada com a equipe docente, forneceram informações relevantes sobre como a isenção da responsabilidade docente interfere no processo de aprendizagem. De modo geral, observa-se que os fatores extraescolares aparecem de forma recorrente nos relatos dos professores como explicação para o desempenho escolar insatisfatório. A tarefa de educar, como aponta Hannah Arendt (2014), exige uma ação responsável dos adultos e da escola diante das novas gerações. Dessa forma, é necessário que os professores assumam a responsabilidade pela aprendizagem da criança, visto que ela necessita compreender o mundo no qual está inserida e no âmbito da educação escolar, os docentes são responsáveis por tal tarefa. Entende-se que, ao tratar do desempenho escolar insatisfatório, é preciso percorrer outras dimensões que extrapolam esse limite, mas que se relacionam com a dimensão escolar. A educação escolar não é um processo isolado: possui uma história enraizada em uma sociedade, em uma instituição e situada em um espaço de trabalho específico. A pesquisa bibliográfica foi adotada como orientação metodológica para a realização deste trabalho, com o intuito de analisar o aparecimento e o trajeto histórico da educação escolar e de entender como se constituiu o atual discurso docente sobre o desempenho escolar insatisfatório. Este trabalho, portanto, não pretende esgotar o assunto, mas visa a fornecer elementos que permitam ao professor assumir a responsabilidade pela aprendizagem do aluno e, assim, criar possibilidades reais de interação que materializam a aprendizagem. |