Estrutura administrativa e desempenho financeiro das cooperativas de crédito: uma análise de impacto por meio das resoluções CMN 3.859 e 4.434

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Figo, Matheus José Nogueira de Andrade Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-17102019-161158/
Resumo: Apesar de ainda representarem uma pequena parcela do sistema financeiro nacional, as cooperativas de crédito vêm apresentando taxas de crescimento significativas nos últimos anos em termos de número de cooperados e operações de crédito, chamando cada vez mais atenção no mercado financeiro. Mesmo se tratando de uma instituição sem fins lucrativos e que carrega a princípio um espírito de coletividade e ajuda mútua, as cooperativas estão sujeitas aos potenciais conflitos oriundos do desalinhamento de interesses dos seus membros e, portanto, se deparam com os custos gerados por esses conflitos. A presença desses custos gera interesse em pesquisar se determinadas práticas de governança poderiam mitigá-los. Por oferecerem riscos semelhantes aos de instituições financeiras não cooperativistas, as cooperativas passaram a ser reguladas pelo Banco Central do Brasil, que dentre diversos aspectos regulamentados, atuou em uma ampla discussão sobre práticas de governança das cooperativas. Este grande projeto estratégico culminou em normas importantes para o segmento, representando um marco para a governança cooperativa. Como o Banco Central neste período também criou uma nova segmentação entre as cooperativas, colocando exigências diferenciadas de governança para cada segmento, vislumbrou-se a possibilidade de se adotar diferentes modelos econométricos para se mensurar a potencial relação causal existente entre governança e desempenho financeiro por meio de três metodologias: variável instrumental, descontinuidade e diferenças em diferenças. Essas metodologias exploraram o potencial impacto das Resoluções CMN 3.859 de 2010 e 4.434 de 2015 sobre determinadas características de governança e eventual alteração no desempenho das cooperativas afetadas. Para o cenário da Resolução 3.859 foi encontrada relação estatisticamente significante entre a maioria das variáveis de desempenho e a presença da estrutura administrativa diferenciada referenciada na Resolução. Os sinais encontrados dos coeficientes da variável de interesse foram dos mais diversos, destaque para os sinais positivos dos coeficientes das regressões que utilizaram como indicador de desempenho as taxas de crescimento de receitas operacionais, captações e ativo total. Para o cenário da Resolução 4.434 um número menor de variáveis de desempenho apresentou relação estatisticamente significante com a presença da estrutura administrativa diferenciada, além disso, na maioria das vezes os sinais dos coeficientes apontam para uma piora no desempenho das cooperativas que as adotaram.