Diferenciação de castas e aspectos relacionados ao ciclo colonial de algumas vespas do Brasil. (Hymenoptera, Vespidae, Epiponini)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Baio, Mário Valentim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-06022024-152958/
Resumo: As vespas sociais neotropicais pertencentes a tribo Epiponini (Hymenoptera: Vespidae) são importantes no estudo da evolução do comportamento social pelo fato de suas colônias serem poligínicas (=várias rainhas), as castas apresentarem um gradiente de padrões de diferenças - desde castas morfologicamente incipientes até distintas - e a eventual presença de formas intermediárias de fêmeas não inseminadas que apresentam ovários desenvolvidos a ponto de produzirem ovos que possam ser botados. Estudos comportamentais revelaram a ocorrência de uma diminuição cíclica no número de rainhas, o que provoca um aumento nas relações de parentesco entre os indivíduos da população, ate que a colônia atinja a monoginia. Esse fenômeno, chamado de oligoginia cíclica, e extremamente importante para que os conflitos de interesses entre as castas, previstos na teoria de Kin-selection, sejam solucionados. Este trabalho teve como objetivo principal identificar os diferentes tipos de diferenças morfológicas e fisiológicas entre as castas, suas variações e detalhes do comportamento social em diferentes fases do ciclo colonial. Para esse fim, foram utilizadas análises morfométricas e de desenvolvimento ovariano das fêmeas, associadas a análises estatísticas multivariadas em seis espécies (Brachigrastra augusti, Metapolybia docilis, Agelaia pallipes, Brachygrastra lecheguana, Pseudopolybia vespiceps e Protonectarina sylveirae) e observação de comportamentos em duas espécies (Propolybia exigua e Metapolybia docilis). Os resultados obtidos mostraram que apenas em Metapolybia docilis e Agelaia pallipes as intermediárias estão ausentes durante todo o ciclo colonial. O número de rainhas variou nas colônias analisadas, havendo em alguns casos uma correlação com as diferentes fases do ciclo colonial. De uma forma geral, há uma nítida divisão de trabalho entre os grupos - Rainhas tem função de fazer postura e intermediárias e operárias de fazer a construção e manutenção do ninho, defendê-lo e cuidar dos imaturos. Intermediárias de Protopolybia exigua botam ovos e fazem auto-oofagia. Este fato pode estar relacionado com alimentação das larvas da colônia. Em Metapolybia docilis as operárias jovens (1-5 dias) permanecem a maior parte do tempo sem atividade e são mais subordinadas as rainhas; operárias de meia idade (11-30 dias) cuidam dos imaturos e fazem a manutenção e defesa do ninho e; operárias mais velhas (26-40 dias) fazem forrageamento. Finalmente, considerações morfométricas e a ocorrência das intermediárias e sua função em diferentes taxa de vespas são discutidos.