Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Waleska Regina Machado |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-11082021-145720/
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Resumo: |
Condições adversas durante o período pré-natal, ao nascimento e na primeira infância podem levar a déficits no aprendizado, comportamento e na saúde física e mental ao longo da vida. Os estudos de coorte de nascimento se destacam nesse cenário por permitir a análise dos efeitos de exposições precoces sobre a saúde e desenvolvimento ao longo da vida. Os objetivos da presente tese foram (i) realizar uma síntese de evidências sobre as principais características dos estudos de coorte iniciados no período pré-natal e no nascimento no mundo e no Brasil, e (ii) determinar a frequência e os fatores associados ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos dois anos de idade em uma coorte de nascimentos localizada na Amazônia brasileira. Essa tese foi composta por três artigos. O primeiro artigo apresentou uma revisão de literatura sobre estudos de coorte e as principais coortes que se iniciaram no período pré-concepcional, pré-natal e ao nascimento no mundo e que foram publicados na seção \"Cohort Profile\" do International Journal of Epidemiology. Essa primeira revisão identificou 84 coortes, sendo a maioria delas (n=63) localizadas em países de alta renda. Destacou-se como desafio desses estudos a disponibilidade de dados adequados de exposições ambientais em diferentes contextos, em especial nos países de baixa e média renda. O segundo artigo apresentou uma revisão de escopo das coortes iniciadas no período pré-natal e ao nascimento que foram realizadas no Brasil, com pelo menos dois acompanhamentos e suas principais características. Os resultados foram 18 coortes identificadas, sendo que 15 iniciaram-se no nascimento e três coortes iniciaram-se no período pré-natal. Até o momento, poucas coortes acompanharam os participantes na adolescência (n=6) e na fase adulta (n=5). O tamanho da amostra e as perdas de acompanhamento foram pontos fracos da maioria das coortes identificadas. O terceiro artigo avaliou o desenvolvimento neuropsicomotor na coorte de nascimentos em Cruzeiro do Sul, Acre, com dados do estudo \"Saúde Materno-INfantil no Acre, Brasil\" (Coorte MINA-Brasil). Foram incluídos 1.246 nascidos vivos entre julho de 2015 e julho de 2016, residentes na zona urbana do município, que aceitaram participar do estudo. Foi avaliado o desenvolvimento neuropsicomotor de 735 e 819 crianças no primeiro e segundo ano de vida, respectivamente, aplicando o teste de triagem Denver II. Um modelo multivariado de regressão de Poisson foi usado para investigar os fatores associados à suspeita de atraso no desenvolvimento aos dois anos de vida. Os resultados mostraram que a frequência de suspeita de atraso foi de 29,5% e de 51,0% no primeiro e segundo ano de vida, respectivamente. A incidência acumulada de suspeita de atraso no período foi de 41,6% e a persistência de atraso de 60,6%. Após ajuste, o risco de suspeita de atraso no desenvolvimento foi maior em filhos de mães com menor escolaridade e que tiveram infecção do trato urinário durante a gestação. Os outros fatores de risco identificados para suspeita de atraso foram o sexo masculino, déficit de altura para idade aos dois anos, ocorrência de malária na infância, uso de chupeta e menor estímulo cognitivo aos dois anos. Como conclusão, as coortes iniciadas no período pré-natal e ao nascimento são delineamentos muito úteis para estudos da Epidemiologia do Ciclo Vital. No Brasil, necessita-se que essas coortes contemplem diferentes contextos e acompanhem os participantes em diferentes fases da vida. Melhorias no nível de escolaridade da mãe, do crescimento infantil, a prevenção de malária na infância e a promoção de ambientes de estimulação cognitiva adequados durante a infância podem diminuir o risco de atraso no desenvolvimento aos dois anos |