Reação de variedades de cana-de-açúcar à ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Chapola, Roberto Giacomini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-17122013-123952/
Resumo: A ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar, causada pelo fungo Puccinia kuehnii, é atualmente a doença que mais preocupa o setor sucroenergético brasileiro, devido a sua introdução recente no país e aos prejuízos causados em indústrias canavieiras ao redor do mundo. A doença é controlada com variedades resistentes e por isso há a necessidade de maiores informações sobre a reação das cultivares mais importantes no Brasil. Os objetivos deste trabalho foram: (i) avaliar a reação de variedades de cana-de-açúcar à ferrugem alaranjada, em condições de infecção natural no campo; (ii) determinar a melhor época para avaliação da doença; (iii) estabelecer um método, em casa de vegetação e com inoculação artificial do patógeno, para seleção rápida de variedades com resistência no campo. Dezessete variedades foram avaliadas quanto às suas reações a P. kuehnii em dois experimentos de campo, plantados em abril e julho de 2011; neste último, após a colheita em maio de 2012, a cana-soca também foi avaliada. Para multiplicar e uniformizar a distribuição do inóculo, a variedade suscetível SP89-1115 foi usada como bordadura e plantada entre os blocos e em duas linhas, dividindo cada experimento ao meio. Avaliou-se a severidade da doença a cada 15 dias e, a partir destes dados, calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e obteve-se a severidade máxima da doença. Para identificar o melhor período de avaliação, realizou-se análise de correlação entre a AACPD e cada levantamento de severidade. Em casa de vegetação, seis variedades com reações distintas à doença, com base nos resultados obtidos no campo, foram inoculadas com uma suspensão de 104 urediniósporos viáveis mL-1 de P. kuehnii, com auxílio de pulverizador manual, 60 dias após o plantio. As plantas foram mantidas por 24 horas em câmara de orvalho e, posteriormente, transferidas para casa de vegetação. Foram determinados os períodos de incubação e latência, o número de pústulas por cm2 e a severidade da doença. Oito das 17 variedades avaliadas no campo mostraram alta resistência à doença. As cultivares RB72454 e SP89-1115 foram as mais suscetíveis, seguidas da SP79-2233; por isso, o cultivo das mesmas não é recomendado. As variedades RB925211, SP81-3250, RB855156 e RB92579 tiveram reação intermediária, sendo que as duas primeiras apresentaram maiores níveis da doença. Avaliações realizadas no mês de março foram as que mais se correlacionaram com a AACPD, portanto este é o melhor período para determinar a reação de variedades de cana-de-açúcar à ferrugem alaranjada. O comportamento das variedades em casa de vegetação foi semelhante ao observado no campo, especialmente em relação às cultivares suscetíveis e resistentes. Assim, o método aplicado em casa de vegetação mostrou potencial para selecionar, em poucos dias, cultivares com resistência à doença no campo, além de economizar espaço, mão de obra e de ser facilmente executado.