Educação inclusiva no ensino fundamental: recursos, dificuldades, relacionamentos interpessoais e as habilidades sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Eliza França e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-21082024-075250/
Resumo: A Educação inclusiva define que todos devem apreender juntos, independente das diferenças, almejando o máximo de desenvolvimento possível. Entretanto, o processo de inclusão enfrenta desafios de efetivação prática e nesse sentido faz-se importante entender as variáveis intervenientes. As habilidades sociais dos alunos e habilidades sociais educativas de pais e professores, por exemplo, são compreendidas como recursos nesse contexto. O presente estudo teve como objetivo geral identificar e compreender os recursos, as dificuldades e os relacionamentos interpessoais presentes na Educação Inclusiva, considerando as habilidades sociais de alunos e as habilidades sociais educativas de pais e professores. Realizou-se um estudo transversal de método misto (quantitativo e qualitativo), com aporte teórico da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Participaram 34 professoras e 42 responsáveis de 44 alunos com diagnóstico de deficiência intelectual matriculados no Ensino Fundamental Anos Iniciais, em escolas regulares da rede pública de ensino de uma cidade do interior de Minas Gerais. Parte do estudo ocorreu em Portugal, com a participação de cinco professoras que trabalhavam no Ensino Regular em escolas públicas na região da cidade do Porto. Os instrumentos utilizados no contexto brasileiro aplicados a pais e professores foram: o Social Skills Rating System (SSRS-BR), o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P), o Inventário de Habilidades Sociais Educativas de Professores (IHSE-Prof.), um questionário para levantar as variáveis sociodemográficas e um roteiro de entrevista semiestruturado. No contexto português, os professores responderam a entrevista semiestrutura. Em ambos os países, a aplicação dos instrumentos ocorreu nas escolas em salas reservadas. Os dados quantitativos foram analisados utilizando os softwares SPSS e JASP e; as análises qualitativas e a triangulação dos dados foram realizadas pelo software Iramuteq. Os resultados encontrados estão apresentados em sete estudos que responderam aos objetivos traçados. Identificou-se a necessidade de promoção do repertório social dos alunos com deficiência intelectual e dos seus agentes educativos, pais e professores; foram encontradas associações negativas e valores preditivos entre habilidades sociais e problemas de comportamento, e, em oposto, associações negativas entre habilidades sociais e problemas de comportamento dos alunos; as habilidades sociais educativas de pais e professores foram capazes de predizer o repertório social das crianças e se associaram a este. Quanto aos resultados qualitativos, através das entrevistas realizadas, foi possível compreender recursos e dificuldades no processo de Educação Inclusiva, os quais foram relacionados, através da triangulação de dados, com as habilidades sociais, problemas comportamentais e habilidades sociais educativas. No paralelo realizado entre Brasil e Portugal, foram observadas semelhanças e diferenças quanto a recursos, dificuldades e relacionamentos interpessoais. Conclui-se que o presente estudo trouxe contribuições importantes para a área, sinalizando a importância da articulação entre o Campo Teórico-Prático das Habilidades Sociais e a Educação Inclusiva. Evidenciou-se a importância de programas de promoção de habilidades sociais de alunos e habilidades sociais educativas de pais e professores, assim como de investimentos e intervenções para abarcar as dificuldades e potencializar a inclusão educacional. O processo da Educação Inclusiva deve ser compreendido em uma perspectiva ampla, entendendo os intervenientes nesse contexto.