Formação da mão de obra urbana em São Paulo: educação profissional e industrialização (1930-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Claudia Maria Cirino de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-06072023-171254/
Resumo: O presente trabalho propõe analisar o processo de formação da mão de obra no estado de São Paulo no período de 1930 a 1960, desenvolvido nos estabelecimentos de ensino profissional diante de um contexto de crescimento e fortalecimento do setor industrial, e contribuir com o debate sobre o papel da educação profissional na formação do trabalhador. Com base em livros, documentos e publicações oficiais, periódicos e relatórios verificou-se que o início da década de 30 representou para o sistema de educação profissional paulista a consolidação de uma proposta de ensino que, baseada nos princípios da administração cientifica, representava os interesses, sobretudo, da burguesia industrial. Tendo como referência uma orientação apoiada nos métodos racionais da organização do trabalho, o governo do estado iniciou uma série de mudanças no ensino profissional por meio da aplicação dos princípios da psicotécnica, que tinha como objetivo a orientação vocacional e profissional visando o melhor aproveitamento das aptidões individuais e o máximo de rendimento no trabalho. Além disso, esse período significou para a educação profissional a criação de órgãos específicos e políticas que ampliaram à participação dos industriais na estruturação dessa modalidade de ensino. Paralelamente, estabelecia-se uma legislação trabalhista e sindical que limitava e controlava a classe trabalhadora. A difusão dos princípios de organização racional do trabalho no ensino profissional também ocorreu por meio de instituições como o IDORT e o CFESP, que serviu de modelo para os métodos e processos pedagógicos aplicados no SENAI. Assim, foi beneficiando-se da estrutura do Estado e por meio do ensino profissional que os industriais difundiram os princípios de organização cientifica e racional do trabalho. Nesse contexto, a formação profissional vinculou-se aos mecanismos de disciplinamento e uniformização dos processos de trabalho empregados para fabricação do tipo de mão de obra desejada conforme os interesses do capital.