Distribuição da variabilidade genética e caracterização isoenzimática de etnovariedades em roças de mandioca (Maninhot esculenta Crantz) do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Faraldo, Maria Inez Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-135950/
Resumo: As etnovariedades representam uma forma de recurso genético que deve ser preservada e conservada, pois, será utilizada pelos melhoristas em programas de melhoramento no futuro, principalmente, na transferência de caracteres qualitativos de interesse econômico. As etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta Crantz) merecem destaque dentro da associação entre conservação de recursos genéticos in situ e agricultura tradicional. A mandioca é uma das principais espécies cultivada por agricultores autóctones das regiões tropicais, especialmente, do Brasil. O presente trabalho teve os seguintes objetivos: a) analisar a variabilidade genética em nível de roças e regiões geográficas: Região Amazônica, compreendendo o alto Amazonas (Rio Negro e Rio Branco – Estados do Amazonas e Roraima); o médio Amazonas (Estado do Pará); o baixo Amazonas (Rio Solimões – Estado do Amazonas); Região de Cuiabá e Reserva Indígena do Xingu (Estado do Mato Grosso); e litoral sul do Estado de São Paulo; b) analisar a correspondência entre a classificação local da diversidade (taxonomia folk e a classificação fenotípica realizada através dos padrões isoenzimáticos; e c) caracterizar as etnovariedades através de padrões isoenzimáticos. Foram avaliadas 138 etnovariedades e 1 variedade comercial (Mantiqueira) pela técnica de eletroforese de isoenzimas, utilizando-se folhas recém expandidas, sendo estudados 11 sistemas enzimáticos (AAT, CAP, MDH, MADH, PGI, G6PDH, SKDH, PGM, ME, ACP e IDH) e avaliados 15 locos polimórficos. A distribuição da variabilidade genética foi estimada a partir das frequências alélicas obtidas através do coeficiente de diversidade de Nei. As estimativas dos índices de diversidade, como: porcentagem de locos polimórficos, número médio de alelos por loco e heterozigosidade média observada foram obtidas empregando-se o programa BIOSYS-1. Os resultados obtidos revelaram níveis elevados de heterozigosidade (Ho = 0,456). A maioria das roças apresentou excesso de homozigotos, provavelmente relacionados com o efeito de seleção a favor dos indivíduos homozigotos. Dentre as conclusões, destacam-se as seguintes : maior concentração de variabilidade dentro das roças de uma mesma região; maior variabilidade dentro de regiões do que entre regiões; diversidade intra-especifica diretamente relacionada com a estrutura sócio-cultural do local; dados de isoenzimas auxiliam as estratégias de coleta, preservação e manutenção das etnovariedades das roças de agricultura tradicional; e existe tendência de distinção entre material usado para mesa (macaxeira) e farinha (maniva ou mandioca brava).