O sujeito entre o ser e o não-ser: uma teoria do reconhecimento em psicanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Obliziner, Pedro Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-13122018-160054/
Resumo: Esta pesquisa faz uma apresentação dos modos de reconhecimento presentes na psicanálise lacaniana. A noção de reconhecimento tem papel fundamental na prática analítica porque ela envolve pensar os modos de subjetivação e as alienações implicadas no processo de individuação do sujeito, o que permite que o trabalho clínico acesse a dimensão política de sua práxis. O reconhecimento aparece, primeiramente, enquanto reconhecimento de si na identificação a uma imagem que possibilita a gênese do Eu. Em seguida, surgirá como reconhecimento intersubjetivo, no qual a psicanálise seria um processo que permitiria o meu reconhecimento pelo Outro. Este paradigma será reformulado quando encontra um limite naquilo que há de irreflexivo no sujeito, o Real. Passamos, então, para o reconhecimento não-identitário que permitiria o acesso ao Real sem que isto implique em uma experiência traumática. Investigaremos, então, como este reconhecimento permite um contato com um objeto que não pode ser simbolizado, o que produz uma experiência de despersonalização que liberta o sujeito da hegemonia dos objetos narcísicos. Analisaremos, também, a aplicação deste desenvolvimento teórico na prática clínica, utilizando como material casos de violência de Estado, atendimentos realizados com ribeirinhos e moradores de Altamira afetados pela construção da usina de Belo Monte e com participantes de um grupo de testemunho do projeto Clínicas do Testemunho com pessoas perseguidas pela ditadura militar brasileira. Este estudo é precedido por uma contextualização dos eventos envolvendo a construção de Belo Monte, a destruição da forma de vida dos ribeirinhos e um exame da semelhança da violência de Estado atual com a desempenhada durante a colonização, esta que foi baseada na classificação social pela ideia de raça