Desenvolvimento de formulações cosméticas contendo pantenol e avaliação dos seus efeitos hidratantes na pele humana por bioengenharia cutânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Camargo Junior, Flavio Bueno de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-17012007-143439/
Resumo: As vitaminas vêm sendo muito utilizadas em cosméticos e dentre elas, o pantenol, por fazer parte da constituição normal da pele e devido as suas propriedades umectantes e cicatrizantes, tem tido destaque para aplicação nesta categoria de produtos. Devido ao interesse e a grande importância da realização de estudos que possam avaliar a influência das vitaminas na estabilidade física de formulações cosméticas, bem como de estudos científicos que comprovem os seus benefícios propostos, o objetivo dessa pesquisa foi o desenvolvimento, a avaliação da estabilidade e a eficácia na hidratação e nas propriedades viscoelásticas de formulações cosméticas contendo diferentes concentrações de pantenol. Para tal, foram desenvolvidas oito formulações, sendo três géis a base de polímeros hidrofílicos (formulações nos 1, 2, e 3), três géis creme a base de polímeros hidrofílicos e microemulsão de silicone (formulações nos 4, 5, e 6) e duas emulsões sendo uma delas a base de álcool batílico e lecitina de soja (formulação no 7) e a outra a base de manteiga de karité e carbômero (formulação no 8). Estas formulações foram acrescidas ou não de 0,5; 1,0 e 5,0% de pantenol e submetidas a testes preliminares de estabilidade. O estudo de estabilidade física foi realizado por determinação do comportamento reológico sendo que, com as formulações consideradas mais estáveis, foi realizada uma avaliação sensorial prévia ao estudo de eficácia proposto. O estudo de eficácia das formulações objeto de estudo, foi realizado por metodologias in vivo não invasivas (Bioengenharia Cutânea), sendo determinados o conteúdo aquoso do estrato córneo, a perda de água transepidérmica (TEWL), a viscoelasticidade e elasticidade biológica cutânea. Neste estudo, para a determinação dos efeitos a curto prazo, as formulações foram aplicadas nos antebraços de 20 voluntárias, sendo realizadas medidas antes e após 1 e 2 horas da aplicação única. Esses mesmos parâmetros também foram utilizados para realizar medidas nos antebraços de 40 voluntárias após 15 e 30 dias, com aplicação diária das formulações, para avaliar os seus efeitos a longo prazo. Os dados foram analisados estatisticamente para o delineamento experimental e discussão dos resultados obtidos. Nas condições experimentais deste trabalho, foi possível concluir que nos testes de estabilidade física as formulações de nos 2, 5, 6 e 7 foram consideradas as mais estáveis e a formulação de nº 6 foi a que apresentou o melhor sensorial, de acordo com as voluntárias, sendo, portanto, selecionada para os estudos de eficácia do pantenol na pele humana. Na avaliação dos efeitos imediatos das formulações na pele humana, foi possível observar que, após única aplicação, todas as formulações estudadas, ou seja, acrescidas ou não de pantenol, proporcionaram um aumento significativo no conteúdo aquoso do estrato córneo após 1 hora da aplicação, em relação aos valores basais, e, após 2 horas da aplicação, apenas a formulação contendo 5,0% de pantenol provocou um aumento significativo neste parâmetro. Além disso, o estudo demonstrou que somente as formulações que continham pantenol nas concentrações avaliadas ocasionaram diminuição significativa na TEWL, ou seja, protegeram a função barreira da pele; entretanto não ocorreram alterações significativas nas propriedades viscoelásticas da pele. Por outro lado, em relação à avaliação dos efeitos a longo prazo, foi possível observar que todas as formulações objeto de estudo, apresentaram um aumento significativo no conteúdo aquoso do estrato córneo após 15 e 30 dias de aplicação, quando comparadas com os valores basais. Em relação à avaliação da viscoelasticidade e da elasticidade biológica da pele, assim como no estudo a curto prazo, não ocorreram alterações significativas nestas propriedades da pele no estudo a longo prazo. Na avaliação da TEWL, apenas as formulações que continham pantenol a 1,0 e 5,0% protegeram a função barreira, provocando uma diminuição significativa neste parâmetro, após 15 e 30 dias de aplicação das formulações, o que pode sugerir que para que o pantenol tenha um efeito significativo a longo prazo na função barreira da pele, este deve ser incorporado nas formulações em concentrações mais altas, ou seja, 1,0 e 5,0% de pantenol.