Influência de diferentes concentrações de reinóides em formulações dermocosméticas nos efeitos benéficos e/ou colaterais na pele de camundongos sem pêlo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gomes, Maria Laura Costantini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-14052007-102547/
Resumo: Os retinóides têm sido amplamente utilizados na clínica dermatológica e nos produtos cosméticos com finalidades preventivas e reparadoras dos efeitos indesejáveis do envelhecimento cutâneo. Considerando que a concentração de retinóides, como por exemplo, o ácido retinóico ou o palmitato de retinila, pode influenciar na eficácia e segurança de uso dos mesmos em formulações tópicas, é de fundamental importância o desenvolvimento e avaliação dos efeitos benéficos e/ou colaterais de formulações dermocosméticas contendo diferentes concentrações de ácido retinóico (0,025%, 0,05% e 0,1%) e palmitato de retinila (0,25%, 0,5% e 1,0%), visando a obtenção de uma concentração que proporcione a máxima eficácia possível e risco mínimo à pele. Assim, o presente trabalho tem por objetivos avaliar a influência de diferentes concentrações de retinóides (ácido retinóico ou palmitato de retinila) em formulações dermocosméticas com finalidades antienvelhecimento, na pele de camundongos sem pêlo, por estudos histopatológicos, morfométricos, estereológicos e por Bioengenharia Cutânea. Para tal foram preparadas três formulações de géis creme à base de hidroxietilcelulose (HEC) e microemulsão de silicone e octanoato de octila (formulações de nos 1 e 3) e à base de complexo lipídico contendo álcool batílico e lecitina de soja, HEC e octanoato de octila (formulação de nº 2) as quais foram submetidas a testes preliminares de estabilidade. A formulação de nº 1 (F1) foi considerada a mais estável e, portanto, selecionada como veículo para a avaliação dos efeitos do ácido retinóico e do palmitato de retinila na pele de camundongos sem pêlo. Para a realização do ensaio biológico, amostras das formulações, acrescidas ou não (veículo) de 0,025; 0,05 ou 0,1% ácido retinóico ou 0,25; 0,5 ou 1,0% de palmitato de retinila foram aplicadas no dorso de camundongos sem pêlo. Após cinco dias da aplicação diária destas formulações, foram obtidas medidas de índice de eritema pelo equipamento Mexameter® MX16 e medidas do conteúdo aquoso do estrato córneo pelo equipamento Corneometer® CM825. Em seguida, os camundongos foram mortos e posteriormente foram colhidos fragmentos de pele das áreas que receberam aplicação das formulações, bem como da área que não foi aplicada nenhuma formulação (controle) e, a seguir, obtidos cortes histológicos para a realização dos estudos histopatológicos, morfométricos e estereológicos. De acordo com as metodologias empregadas, foi possível observar que, na avaliação do conteúdo aquoso do estrato córneo, somente as formulações que continham ácido retinóico em diferentes concentrações, provocaram mudanças significativas, reduzindo este conteúdo, ou seja, ocasionou um ressecamento na superfície da pele. Apenas as formulações contendo 0,025 e 0,1% de ácido retinóico e 1,0% de palmitato de retinila provocaram um aumento no índice de eritema. Além disso, tanto o ácido retinóico quanto o palmitato de retinila, atuaram na epiderme, porém de modo e intensidade diferentes, sendo que, o ácido retinóico teve um efeito mais pronunciado em relação às variáveis estudadas. As três diferentes concentrações de ácido retinóico e de palmitato de retinila ocasionaram aumento significante da espessura das camadas epiteliais, sem alteração da camada córnea. O ácido retinóico e o palmitato de retinila atuaram ainda aumentando os volumes nuclear, citoplasmático e celular, um dos fatores que ocasionou aumento da espessura do epitélio. Finalizando, ao analisar todas as variáveis histopatológicas, morfométricas e estereológicas, bem como o índice de eritema e o conteúdo aquoso do estrato córneo estudados, podemos sugerir que as formulações que continham as concentrações intermediárias, tanto do ácido retinóico (0,05%) quanto do palmitato de retinila (0,5 %), foram as que apresentaram melhores resultados, principalmente no que se refere a uma relação risco / benefício adequada e aceitável.