Padrões espaciais do suicídio na cidade de São Paulo e seus correlatos socioeconômico-culturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bando, Daniel Hideki
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-18122008-103427/
Resumo: O presente estudo tem o objetivo de analisar os padrões espaciais das ocorrências de suicídio no município de São Paulo, no período de 1996 a 2005, e verificar a sua associação com variávies socioeconômico-culturais (estado civil, renda, instrução, religião, migração). A escolha das variáveis analíticas foi baseada nos fatores de risco ao suicídio levantados pela OMS, OPAS e na teoria sobre o suicídio de Durkheim. Os dados socioeconômicos utilizados foram provenientes do IBGE e os dados de mortalidade do PRO-AIM. Para a identificação do padrão espacial das taxas de suicídio foi utilizado o teste de varredura espacial. Para a verificação da associação com as variáveis socioeconômicas e culturais foi utilizada análise de regressão logísica. No período estudado ocorreram 4275 óbitos por suicídio no município de São Paulo, com uma taxa média de 4,1/100 mil hab/ano. O primeiro teste de varredura espacial, considerando-se 50% da população total como tamanho máximo do agrupamento, identificou 2 agrupamentos significativos, um de risco (RR = 1,66) composto por 18 distritos da região central, centro-sul e centrooeste da cidade (Alto de Pinheiros, Barra Funda, Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Liberdade, Moema, Morumbi, Pinheiros, Perdizes, República, Santa Cecília, Sé, Vila Mariana) e um de proteção (RR = 0,78) formado por 14 distritos da região sul (Campo Grande, Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Santo Amaro, Socorro, Pedreira, Raposo Tavares, Vila Andrade, Vila Sônia). O teste considerando-se 5% da população total como tamanho máximo do agrupamento, encontrou 2 agrupamentos significativos. Nesse teste, o agrupamento de risco do primeiro teste foi desmembrado em dois agrupamentos menores, ambos de risco. O agrupamento primário apresentou RR = 1,92 em 9 distritos centrais, o agrupamento secundário RR = 1,58 em 6 distritos da região centro-sul. Para a análise de regressão logística, o agrupamento de risco identificado no primeiro teste de varredura espacial (18 distritos) e os demais 78 distritos (contraste) foram definidos como variáveis dependentes e as variáveis socioeconômicoculturais independentes. O primeiro modelo ajustado na regressão multivariada identificou as seguintes variáveis como risco: solteiros (OR = 2,36); migrantes (OR = 1,49); católicos (OR = 1,36); elevada renda (OR = 1,05). O segundo modelo multivariado identificou as seguintes variáveis como proteção: casados (OR = 0,48); evangélicos (0,60). Os resultados podem ser explicados pelos fatores de risco da literatura, pela teoria de Durkheim adaptada à realidade paulistana e pela diferença entre suicídio e homicídio.