Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Natália Meireles Santos da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-21022022-115541/
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Resumo: |
A temática da exploração na Psicologia herda a tradição de estudos laboratoriais do bebê doméstico, de modo que falta a este objeto de pesquisa maior consideração da dinamicidade de contextos de convivência coletiva, sendo estes histórica e culturalmente situados. Com a crescente procura por serviços de Educação Infantil para bebês, o que traz relevo ao processo da transição, a creche emerge como palco privilegiado para o estudo das aquisições motoras e locomotoras. Portanto, o objetivo desta tese foi de investigar como se dão e como se transformam ao longo do tempo os diferentes modos de exploração motora do bebê em seu processo de transição casa-creche. Do ponto de vista do entrecruzamento e constituição mútua dos contextos, buscou-se apreender como o contexto institucional circunscreve e (co)constrói o processo da exploração com o bebê. Com base na perspectiva da Rede de Significações, bebês focais (idades 5- 10m) de três creches diferentes foram acompanhados através de Banco de Dados de um projeto ao qual este estudo se vincula. Os registros foram obtidos a partir de formulários de observação, videogravações, entrevistas e documentos referentes aos três primeiros meses de frequência. O corpus da análise foi construído a partir do mapeamento e análise microgenética de episódios de ações desdobradas frente a um desafio locomotor, o processo sendo apreendido na sua relação com o meio físico e social a ao longo da transição. Sofia passou a ter que dominar a postura sentada, constantemente proposta pela prática institucional. Seu processo exploratório foi observado através do esforço de controlar a inclinação do tronco, em tentativa de alcance dos objetos distais, e no prolongamento e complexificação de suas investidas exploratórias. Isabela teve sua exploração mais demarcada por situações interativas com coetâneos, sendo identificadas transformações na dinâmica interacional e na complexificação dos movimentos exploratórios. Já Carolina tinha sua exploração regulada pela proximidade do adulto, de modo que as professoras passaram a auxiliá-la a gradativamente sair do colo, deslocar-se por espaços externos e transitar entre recintos. Deste modo, indícios empíricos do entrelaçamento entre processos de transição e exploração foram observados através dos modos como diferentes recursos corporais, posturais e espaciais eram disponibilizados e negociados na relação bebê-instituição, na medida em que determinados modos de posicionamento e circulação eram mais encorajados ou mesmo dificultados. Neste sentido, a exploração e o fluxo interativo poderiam ser sincronizados, contrastados, facilitados ou até mesmo dificultados na medida em que era através de processos relacionais que o ambiente se tornava mais atrativo ou restritivo à exploração e que os movimentos do bebê ocorriam com maior amplitude, retraimento, confiança ou mesmo ambivalência. Portanto, a transição foi apreendida enquanto processo corporificado no aqui-agora materializado através de movimentos ambivalentes, recusas, menor mobilidade ou maior capacidade de transposição das propostas convencionadas pela instituição. Sugere-se que o planejamento da transição institucional do bebê considere particularidades como posturas e experiências corporais mais habituais, acessibilidade espacial para as diferentes condições motoras e locomotoras e que haja maior flexibilidade quanto às rotinas, espaços, objetos, tempos e relações. |