A distribuição espacial dos santuários de Atena e Demëter em sítios gregos da Sicília antiga (Sécs. VIII - V A.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Felipe Leonardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-16022021-192520/
Resumo: O Período Arcaico grego, séculos VIII - VI a.C., desempenhou um papel singular no desenvolvimento do que seria a pólis grega, um modo de viver junto que diferia muitos do que até então havia sido visto. Certos processos anteriormente iniciados conheceram uma intensificação e renovação, como a expansão grega e a organização da religião a serviço, mas não só, da comunidade nascente. A falta de terras, as disputas internas entre grupos dirigentes, as invasões e guerras, diversos foram os fatores que podem ter incentivado os helenos a enfrentar o Ultramar e a construir apoikiai pelos mares Mediterrâneo e Negro. Essas fundações detinham autonomia em relação a sua metrópole, também leis, lideranças e interesses próprios, embora resguardassem um eco religioso da cidade mãe. Os apoikoi enfrentaram desafios inéditos nas novas terras, desde a descoberta e gerência de recursos até a relação com os demais grupos de gregos de outras fundações e os habitantes locais, nomeados na bibliografia acadêmica como indígenas. A religião teve um papel ímpar tanto na organização das comunidades balcânicas como nas fundações. Por meio dela conflitos foram atenuados ou resolvidos, entre os gregos ou com os indígenas. Deméter e Core são as divindades que mais ganharam espaços sagrados na Sicília, seguidas de Atena, mas como estariam distribuídos esses lugares? Havia preferências por certas regiões dentro do território da pólis e sua vizinhança imediata? De que maneira ou não a divindade políade da metrópole teria tido influência na apoikiai? A relação com os indígenas contribuiu para a valorização desta ou daquela divindade? São questões relevantes que a cultura material e as fontes escritas podem sugerir explicações. Analisando os espaços sagrados dedicados a essas deusas, de forma por vezes original em relação ao modelo grego, buscamos entender como os helenos construíram seu mundo material e suas relações sociais nesse momento tão importante para a própria estruturação da pólis na Hélade. Parafraseando Malkin, podemos dizer que o mundo grego adquiriu sua feição própria não apesar das distâncias que os separava mas justamente por causa dela. E a pesquisa arqueológica e histórica contemporânea está ciente que quanto mais estudamos as indevidamente chamadas periferias mais conhecemos a Grécia balcânica.