Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Carla de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-11042024-095217/
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Resumo: |
Considerando que pouco se sabe sobre a etiologia de metade dos casos de meningoencefalite viral e tendo em vista a relevância clínica destas infecções, esta Tese visou a avaliar a etiologia de infecções virais no SNC, por reação em cadeia da polimerase (PCR) pesquisando por 28 patógenos, em 195 pacientes que frequentaram o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP/USP), de 01 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2022. Fez-se a extração de DNA e RNA das amostras de LCR e para diagnóstico de vírus de RNA, fez-se a transcrição reversa (RT) do RNA, para obter DNA complementar (DNAc). Os extratos de ácidos nucléicos e DNAc foram submetidos a: PCR em tempo real (qPCR) com kit comercial para detecção de patógenos comuns de SNC; PCR convencional desenvolvido in house para detecção de flavivírus e alfavírus; qPCR, utilizando kit comercial para SARS-CoV-2. Pesquisa de JCV também foi incluída no estudo. Os resultados dos testes virológicos foram correlacionados a resultados de celularidade e bioquímica liquórica. Também, dados clínico-epidemiológicos de todos os pacientes foram analisados. Dos 195 pacientes com suspeita de infecção viral do SNC, foram encontrados vírus no líquor de 65 pacientes (33,3% dos casos). Esta positividade viral mostrou-se mais elevada que a observada em outros estudos. Os vírus encontrados no líquor foram HAdV=14(20,5%), EBV=12(17,5%), HHV7=11(16,2%), SARS-CoV-2=9(13,2%), VZV=5(7,4%), HSV1=4(5,9%), CMV=4(5,9%), JCV=4(5,9%), HHV6=2(3%). HEV, EB19 e DENV3 tiveram 1(1,5%) paciente infectado. Observou-se maior ocorrência de infecções virais no SNC de pacientes mais jovens, com 0 a 18 anos (p<0,002647) e 19 a 35 anos (p<0,017061). Também, a imunodepressão foi observada como um fator de risco para as infecções virais do SNC (p<0,00785). Ainda, mostraram maior risco para infecção viral do SNC pacientes de atividade/ocupação no lar, em instituições, escolas, em privação de liberdade, ou aqueles que convivem sempre com as mesmas pessoas (p<0,0000593). Interessantemente, observou-se correlação do diagnóstico viral com líquor de baixa celularidade (p<0,00908). A positividade diagnóstica das infecções virais de SNC pareceu ser fortemente influenciada pela variedade de vírus pesquisados o que recomenda uma ampliação no número de patógenos que devem ser testados. Também, os resultados sugerem que possa estar havendo uma mudança no perfil etiológico das infecções virais do SNC em nosso meio. |