Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Naiana Rodrigues da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-22112022-165514/
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Resumo: |
Nossa pesquisa se insere na tradição de estudos que investigam as transformações no mundo do jornalismo (MICK, LIMA, 2013; FÍGARO, NONATO, GROHMANN, 2013; LELO, 2019; NICOLETTI, 2020) e na corrente de pesquisas ancoradas no binômio comunicação e trabalho (FÍGARO et al, 2020; 2021a; 2021b; BARROS et al, 2020; 2021; MOLIANI, 2020), que considera o trabalho e a linguagem, a comunicação, como atividades centrais para a constituição do ser humano como ser social. Nosso intuito foi investigar como jovens egressos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará são afetados pelas mudanças produtivas no trabalho jornalístico. Optamos em investigar a atividade laboral de jovens profissionais por serem a maioria no mundo do trabalho jornalístico (MICK; LIMA, 2013) e estarem mais suscetíveis à volatilidade da profissão. Para tanto, buscamos na Ergologia e no conceito de dramáticas do uso de si por si mesmo e de si pelos outros (SCHWARTZ, DURRIVE, 2007) aporte teórico e metodológico para identificar se os jovens jornalistas mobilizam novos saberes e valores profissionais e performam um ethos jornalístico divergente do apresentado na deontologia moderna da profissão (TRAQUINA, 2005a). A partir de uma visada dialética proveniente do materialismo histórico (MARX, 2014; ANTUNES, 1999; 2018), do método ergológico do dispositivo dinâmico de três polos (SCHWARTZ, DURRIVE, 2007) e da análise do discurso (ORLANDI, 2001; PÊCHEUX, 2015; BRANDÃO, 2012) relacionamos as atividades singulares de trabalho de jovens jornalistas com a particularidade das mudanças produtivas globais e tensionamos os preceitos deontológicos tradicionais do jornalismo, ancorados na modernidade e no iluminismo (MORETZSOHN, 2013; TRAQUINA, 2005b), com a realidade laboral de jovens jornalistas localizados em um mercado midiático distante dos grandes centros nacionais. Para ter acesso ao mundo do trabalho dos egressos da UFC, aplicamos um questionário junto a 202 profissionais graduados entre os anos de 2014 e 2018. Obtivemos 131 repostas que nos possibilitaram identificar que as mulheres solteiras e sem filhos são maioria entre os sujeitos pesquisados e atuam em diferentes cargos e funções, na mídia e fora dela, com contratos de trabalho estáveis e exercendo a polivalência. Desenhado esse perfil, selecionamos, a partir de uma triangulação de dados, 13 jovens para a segunda etapa de pesquisa, marcada pela realização de entrevistas semiestruturadas mediadas por uma plataforma digital. Como resultados, identificamos que as(os) jovens jornalistas vivem dramáticas do uso de si relativas à gestão do tempo; às mudanças advindas com a pandemia da covid-19; à gestão de si pelos outros; ao ser mulher no mundo do trabalho e à precarização. Elas e eles também estabelecem um movimento dialético de aproximação e distanciamento da deontologia moderna, que sugere a emergência de uma deontologia alternativa para o jornalismo, a qual possibilita a construção de novos ethé para a profissão, dentre os quais está o ethos de jornalista polivalente, que atravessa as identidades singulares das(os) jovens amparadas nas atividades concretas de trabalho. |